Em maio, a produção industrial se recuperou um pouco, mas analistas acreditam que a melhora naquele mês seja mais um efeito de correção do que um indicativo de tendência positiva em andamento. Isso porque, houve uma demanda tímida e a política monetária ainda é restritiva, bem como, a atividade segue inibida num cenário desafiador.
Como afirma Matheus Pizzani, economista da CM Capital: “O efeito corretivo fica evidente tanto no indicador geral quando sob a ótica setorial, com os segmentos que apresentaram avanço mais expressivo no período, bens de capital e bens de consumo duráveis, reparando parcialmente as fortes quedas registradas em abril”.
Segundo ele, a disseminação deste efeito foi bem limitada. “Como pode se ver pelos resultados destoantes de preços e crescimento de grupos importantes, como o de alimentos, que sofreu nova retração e impediu um avanço mais expressivo do indicador”.
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Além disso, Pizzani diz que mantém a previsão de que a tendência é que a indústria ainda feche o ano em queda. Uma vez que, o efeito defasado da política monetária doméstica sobre o nível de atividade e a desaceleração do crescimento global devem ser vetores predominantes no resultado ao final de 2023.
Similar a esta visão, Rafael Perez, da Suno Research, avalia sobre o desempenho da indústria no ano até aqui, que a retração acumulada em cinco meses está em -0,4%. “O resultado positivo no mês foi influenciado, principalmente, pelas categorias de bens duráveis e a indústria extrativa, que cresceram 9,8% e 1,2%, respectivamente”, afirma.
Assim, para ele, a indústria em geral tem sido um dos setores que mais sofrem neste ano com os efeitos da forte elevação das taxas de juros pelo Banco Central, o encarecimento do crédito e o arrefecimento da atividade.
Estagnação na produção industrial brasileira
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca que alguns dados devem se observar com atenção. Uma vez que a alta de 4,2% nos bens de capital não recupera, por exemplo, a queda de 11,8% de abril. “Vale destacar que os bens de capital são um componente volátil que têm oscilado bastante nos últimos meses, mas em tendência decrescente”, avalia.
De modo geral, ele relembra que o volume da produção da indústria brasileira segue estagnado desde meados de 2021. “Isto é, mesmo com a alta pontual de maio, mantemos a visão de que a indústria deve retrair à frente. Pressionada, principalmente, pelos juros elevados e pela estagnação global da atividade manufatureira”.
Nesse sentido, a projeção do C6 Bank é que a produção industrial feche o ano com uma queda de cerca de 1%.
Para o PIB brasileiro, a estimativa é de crescimento de 2%, com viés de alta. Para 2024, a projeção caiu para 1% de crescimento.
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