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[Plástico-Pós Pandemia] Setor de máquinas e equipamentos esperam dias melhores

Para presidente executivo da ABIMAQ, em 2021 pode-se esperar crescimento no setor

Dando sequência ao projeto Plástico Pós-pandemia, em que trazemos notícias e expectativas de associações e sindicatos de todo o país sobre como a pandemia de COVID-19 afetou toda a cadeia produtiva do plástico, nós conversamos com José Velloso Dias Cardoso, presidente executivo da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), que trouxe dados de como o setor de máquinas está reagindo ao ano de 2020.

Confira a entrevista:

Plástico Virtual – Como o setor se adaptou à nova realidade? Especialmente no viés econômico. Houve retração considerável? Como lidam com os números?

José Velloso Dias Cardoso – A crise pegou todo o setor, assim como pegou toda a economia brasileira. Nosso setor vinha bem, desde fevereiro nós tínhamos uma perspectiva de terminar o ano com crescimento de 10% do faturamento no setor de máquinas e equipamentos, aí em março parou o crescimento, em abril teve uma queda de 28%, e a partir de maio começou a crescer.

Agora, todos os meses tem um pequeno crescimento em relação ao mês anterior. Acreditamos que a crise já bateu no fundo do poço, que foi abril, e devemos terminar o ano de 2020 com um decréscimo de em relação a 2019, de 10%. Começamos um ano esperando crescer 10%, porém estamos prevendo que vamos cair 10% do nosso faturamento.

PV – Em relação a vagas de trabalho, como estão lidando com as perdas? Existe alguma iniciativa governamental para ajudar nesse quesito?

JVDC – A MP 927 que ampliou o banco de horas e permitiu a postergação do pagamento do 13º salário, ajudou bastante. A MP 936 que permitiu a suspensão temporária do contrato de trabalho e permitiu a redução de jornada, também ajudou bastante.

Imaginamos que essas duas medidas do Governo tiveram um poder importante de manter o emprego e diminuir o desemprego. Até agora, nós perdemos 4% da nossa força de trabalho, ou seja, foram demitidos 4% dos funcionários do setor, o que da aproximadamente 13 mil empregados.

PV – O que espera do próximo ano?

JVDC – Neste momento, o Brasil precisa retomar os investimentos, o que precisamos agora é desengatilhar as reformas, com destaque a reforma tributária, administrativa, que para nós é de suma importância, e também que caminhe todos os projetos que estão no congresso, que melhore a competitividade da economia brasileira.

O Brasil tem um mal crônico que é a questão do “custo Brasil”, então, o Brasil precisa agora, depois da pandemia, a retomada da economia, trabalhar os itens que compõe o “custo Brasil”.

Para 2021, acreditamos que vai ser de recuperação, vamos recuperar em relação a 2020, em torno de 7%. Isso todo o setor de máquinas e equipamentos.

PV – Como lidam com a nova realidade? Existe alguma ação que queira destacar?

JVDC – A ABIMAQ está trabalhando bastante para os associados junto ao Governo, com destaque para a pauta econômica, crédito, postergação de pagamentos de impostos, estamos trabalhando junto ao Governo com a pauta trabalhista, com as duas MP 927 e 936, e com a pauta de retomada.

A entidade trabalhou muito com o marco das concessões. Estamos trabalhando junto ao Governo Federal e a diversos Governos Estaduais para a mitigação dos problemas causados pela crise econômica. 

PV – Existe algum dado de recuperação econômica ou ao menos projeção?

JVDC – Nossa perspectiva é que daqui até o final do ano, nós tenhamos um mês a mês crescendo, e ao final do ano, como a queda em abril foi muito grande, estamos imaginando um faturamento 10% inferior ao ano anterior.

PV – A oscilação do dólar afeta a produção local? De que forma?

JVDC – O dólar está valorizado, e este patamar de câmbio a mais ou menos R$5,30, é um dólar que não é ruim para a competitividade das empresas, mas, o que é mais importante do câmbio, é que ele seja estável.

De março até junho, houve uma oscilação do dólar muito grande, e isso é ruim. O câmbio estável a R$5,30 (e acreditamos que esse valor fique assim até o final de 2021), é um patamar interessante para a competitividade para a indústria brasileira.

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