Em um artigo escrito pelo vice-presidente da ABIMAQ, ele comenta a propósito das sacolas de plástico e as soluções possíveis
O setor de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), teve um bom resultado em 2018 e acima de outros setores. Pelo andar das coisas, 2019 será melhor, em especial no segundo semestre. A melhora do nosso setor vem ocorrendo apesar de o plástico ser tratado como um problema isoladamente quando, na verdade, ele faz parte do conjunto dos resíduos sólidos. Esse, de fato, é o problema.
No entanto, dentro da nossa meta de economia circular plena, a adversidade acontece principalmente por culpa do poder público que, na verdade, é o dono do lixo e não incentiva a separação, nem providencia a coleta seletiva. Ele não investe em educação ambiental, defensora de que todos devemos aprender a consumir menos de tudo e depois reutilizar o que for possível. Depois é preciso destinar para reciclagem o que for conveniente. Neste caso, é o plástico que se diferencia dos outros resíduos sólidos, pois é totalmente reciclável e com custos menores do que os de outros resíduos.
A conclusão, portanto, é que o plástico é mais solução do que problema se for bem manejado e processado. Apesar de tantas campanhas patrocinadas por interesses escusos, a população já nos vê como solução para vários problemas, além de, naturalmente, proporcionarmos maior segurança alimentar e segurança em setores da saúde.
No Ministério do Meio Ambiente, os resíduos são encarados na sua totalidade. Naquele órgão não há mais aquela mentalidade como em outros tempos, quando pensavam, por indução de alguns setores, que o único vilão a ser combatido e banido era o plástico. Hoje, de fato, o Ministério também nos observa como solução.
Para ser justo, há que se pensar no geral para que tenhamos soluções factíveis e não fazer o bem para um em detrimento de outro. Deve haver um ganho integral e para todas as partes envolvidas. Não é difícil fazer isso porque estamos falando de resíduos que valem dinheiro e se administrarmos bem esses recursos todos ganharemos. Portanto, é um crime jogar dinheiro que pertence ao poder público em aterros sanitários e gastar mais dinheiro ainda com esses locais. Na imensa maioria das cidades, tudo vai para os ‘lixões’ mesmo e, pior, gasta-se dinheiro para enterrar dinheiro e ainda poluir o lençol freático. É uma burrice completa.
Para fugirem das coisas realmente relevantes e que exigem muito investimento, alguns governantes proíbem canudinho e restringem sacolas plásticas. O importante é que a razão sempre vencerá, mesmo algumas mídias noticiando falsamente que estão proibidas sacolas no Rio de Janeiro. O que não é verdade. A realidade é que colocaram algumas regras nas composições dessas sacolas e tudo bem. A notícia como tem sido apresentada é falsa.
A jornalista Leda Nagle escreveu um brilhante texto intitulado ‘Me engana que eu gosto’, no qual analisa bem o problema. Entre outros ótimos argumentos, lembra que a partir de agora, em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, não haverá mais despesas dos supermercados com o consumidor. Depois da compra, para muitas pessoas, a difícil situação de transportar e carregar os produtos para casa será unicamente deles.
Como levá-los para casa será uma dúvida para cada um e não dos supermercadistas. “Até porque”, escreveu ela, “não são eles que vão entrar nos ônibus cheios, nos trens lotados, no metrô entupido, nas barcas sobrecarregadas, levando uma caixa de papelão. Uma mala sem alça. E ainda querem convencer você, pessoa de boa-fé, que estão ajudando na reconstrução do planeta. Não é meigo? Não. Acho cínico. E a parte deles?…”
Gino Paulucci Jr. é vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para Indústria do Plástico da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).
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