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Queda nas exportações da indústria de transformação

O setor registrou queda de 10% nos embarques para fora do Brasil, representando um reflexo dos juros altos e economia em desaceleração no país e no mundo

As exportações da indústria de transformação perdeu o impulso da recomposição de base, devido à queda significativa que tem vivido nas cotações das commodities. As exportações também estão afetadas pelo recuo de preços nos embarques de itens do “início de cadeia”, com menor agregação de valor. 

O economista Rafael Cagnin, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), avalia que essa vulnerabilidade fica mais clara com a pauta de exportação da indústria a eventos pontuais. “Além de reforçar a necessidade de medidas que garantam mais competitividade ao setor, como a aprovação da reforma tributária”.

A princípio, junho encerrou com US$ 10,6 bilhões em superávit na balança comercial, com US$ 30,1 bilhões em exportações da indústria de transformação e US$ 19,5 bilhões em importações, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços).

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Ainda de acordo com o levantamento, a exportação total do país caiu 8,1% em relação a igual mês de 2022, considerando a média por dia útil. 

Já os embarques da indústria de transformação tiveram queda em ritmo maior, em 10%, em igual comparação.

Cagnin destaca: “Estamos em outro momento. Depois de a indústria de transformação ter recuperado níveis de exportação em 2021 e boa parte de 2022, estamos já com bases recompostas e há dados mais modestos em 2023”.

Isso porque, conforme o economista, no segundo trimestre, foram meses com variações negativas e positivas nas exportações do setor. Assim, resultando no enfraquecimento de desempenho dos produtos de indústria de transformação que tem mais contaminados por ciclos de commodities.

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Impacto nos produtos de “ínicio de cadeia”

Cagnin ainda explica que em resposta a um cenário mundial de juros em alta e economias em desaceleração, os produtos do “início de cadeia” foram mais afetados. Principalmente, pela queda dos preços das commodities.

Além disso, ele destaca que a queda de preços contribuiu em junho para a queda no valor embarcado de produtos como farelos de soja, carne bovina e de aves. Assim como, de combustíveis, segundo dados do Mdic, sempre na comparação com igual mês de 2022.

O economista pontua: “Esses produtos mais influenciados pelo ciclo positivo de commodities funcionaram como colchão nesse contexto de recomposição de bases. No entanto, isso vai perdendo seu efeito amortecedor”.

Ainda mais, ele destaca que as exportações brasileiras são mais suscetíveis a questões pontuais devido à importância dos itens “início de cadeia”. 

As indústrias de autopeças e aeronaves tiveram uma variação positiva em junho em relação a junho passado. 

Para o economista, “o desempenho relativamente positivo desses produtos que têm encadeamentos maiores foram eclipsados por esse colchão mais fino dos produtos mais vulneráveis aos ciclos de commodities.”

A reativação da demanda externa para cadeia automotiva e aeronaves é importante para o setor. Isso porque, o mercado doméstico tem “fôlego curto”, mesmo com todas as recentes ações do Mdic para tentar desovar estoques do setor automobilístico. O mercado internacional é uma forma de dar maior dinamismo a esse setor.

Para ele, a prioridade para aumentar a competitividade na indústria de transformação passa pelo encaminhamento do acordo Mercosul-União Europeia e também pela aprovação da reforma tributária.

Essas medidas podem trazer um efeito de “divisor de águas” para o setor, tirando obstáculos à competitividade brasileira e eliminando a exportação de impostos.

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