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Produtividade industrial no Brasil

A produtividade brasileira caiu quase 1% ao ano há 3 décadas, com isso a indústria exige nova política de incentivo

Em 1995, a cada hora trabalhada no Brasil, se gerava R$ 45,50 em produto, de lá para cá, a produtividade da indústria de transformação brasileira caiu, em média, quase 1% ao ano.

Por essa medida, no final do ano passado eram apenas R$ 36,50 por hora trabalhada. Segundo especialistas, não há, à vista, nenhuma medida em discussão para mudar esse quadro.

Durante esse percurso, em 11 anos ocorreram melhoras em relação ao ano anterior, mas a média durante essas quase três décadas é negativa em 0,9%. 

O economista Fernando Veloso, coordenador do Observatório da Produtividade Regis Bonelli, do FGV Ibre, explica: “Para um país se tornar competitivo, ganhar mercado interno e exportar, tem de melhorar sua produtividade”.

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Ele ressalta que uma maior produtividade eleva a competitividade da empresa, os trabalhadores produzem mais, os preços dos produtos caem seguindo a redução dos custos, e as vendas e as exportações aumentam.

Exigências por uma política para produtividade industrial

Sobretudo, a indústria de transformação é responsável pela produção de roupas, alimentos, eletroeletrônicos, metais, aviões, veículos e máquinas industriais, entre vários outros bens de consumo.

Nesse setor, apesar do alento em verem que o novo governo demonstra preocupação com o segmento, empresários e analistas dizem que é urgente a criação de uma política voltada à produtividade industrial para brecar a “desidratação do setor”.

O presidente executivo da ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), André Passos Cordeiro, destaca: “Já perdemos muitos setores importantes por falta de atenção à indústria como bloco, e é importante o sinal do novo governo de que se importa com isso, mas é preciso ir além”.

O setor agro é um exemplo

Em 1995, a produtividade por hora trabalhada na agropecuária era de R$ 5,90, valor que foi a R$ 25,50 no encerramento do ano passado. 

Assim, no decorrer desses anos, em apenas três deles a variação registrou queda, sempre recuperada no período seguinte. Em média, o setor da agropecuária cresceu 5,5% anualmente.

Segundo Veloso, a agropecuária continua subindo muito, e a indústria está caindo! Isso porque, para ele, a agropecuária brasileira é competitiva, tem muita inovação, exporta e importa bastante.

Ou seja, é um setor conectado com a economia global. “Seria muito importante para a indústria seguir os caminhos que a agropecuária vem seguindo há algumas décadas; é o que os países chamados de tigres asiáticos fazem.”

Ele ressalta ainda que a reforma tributária deve contribuir para a melhora da competitividade da indústria local, mas outras políticas específicas são necessárias. Também é preciso investir no capital humano.

Veloso finaliza afirmando: “Principalmente com o avanço da Inteligência Artificial (IA) e o uso mais intensivo de robôs na indústria, os trabalhadores precisam ter mais escolaridade, mais treinamento do que tinham no passado, porque a indústria está usando essas ferramentas tecnológicas com muita intensidade, e a necessidade de qualificação está aumentando”.

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