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Associação acredita que o pior momento da pandemia já passou

A Adirplast mostra que o ano de 2020 deixou marcas profundas no setor de plásticos

2020 ainda não acabou, mas já mostrou que para sobreviver é preciso muita garra e coragem, é que os associados da ADIRPLAST (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins) destacam. Neste ano, especialmente, inúmeros acontecimentos têm colocado em xeque, não só a expertise de muitos empresários, como as bases da própria economia mundial.

O ano que começou com o mercado brasileiro do plástico ampliando importações devido à trégua na guerra comercial EUA e China, também ficou marcado pela “caça às bruxas” com o banimento de diversos utensílios de plásticos descartáveis. “Em São Paulo, por exemplo, o prefeito Bruno Covas sancionou a lei que proibia os estabelecimentos comerciais da cidade de fornecerem utensílios descartáveis de plástico aos clientes. E nós da ADIRPLAST já alertavam para os problemas causados por uma proibição indiscriminada desses produtos, inclusive para a economia”, comenta Laercio Gonçalves, presidente da entidade.

A pandemia do novo coronavírus atingiu o Brasil em cheio. Em 17 de março a quarentena foi decretada em vários estados brasileiros. Preocupada com o abastecimento da indústria, inclusive farmacêutica e de alimentos, a ADIRPLAST divulgou carta aberta na qual alertava aos órgãos competentes sobre a importância do plástico como matéria-prima.

Tanta incerteza fez com que abril fosse o pior mês de faturamento não só entre as empresas associadas à ADIRPLAST, mas na economia brasileira em geral. No setor de plásticos o coronavírus causou um efeito quase devastador. As vendas das resinas commodities (PEs, PP e PS) das empresas ligadas à ADIRPLAST em abril foram de 20.069 t, uma redução de 43,6% sobre março. Entre os plásticos de engenharia, em abril foram vendidas 1.072 t, redução de 58,4% ante o mês anterior. Já entre os filmes bi-orientados, que somaram 2.556 t vendidas, a redução foi de 28,9%.

A queda das importações também impactou o setor transformador. O Brasil, que consome 6 milhões de toneladas de plástico por ano e importa 30% desse volume, vem sendo afetado por problemas na produção internacional do insumo. Em julho, quem dependia de importados já amargava 4 meses de desabastecimento.

Durante a primeira metade do ano, o dólar teve uma valorização de 35,6% sobre o real, o que tornou nossa moeda a pior entre as 34 divisas mais líquidas do mundo. Em outra ponta, para evitar quedas ainda maiores nos preços do petróleo, companhias em todo o mundo reduziram suas produções. Essa variação do câmbio também não trouxe alívio para o setor, que é forçado a aceitar os aumentos, mas que não consegue repassar esses valores por causa do enfraquecimento da demanda. Também já tem sido notado em alguns setores da indústria a falta de insumos, como PVC e PE, para produção de embalagens. 

Com a retomada da indústria acontecendo de forma gradual desde junho, julho despontou com luz para o final do túnel. O volume total de vendas dos associados ADIRPLAST nesse mês foi 23% maior que o de junho. De janeiro a julho deste ano foram vendidas 259.041 t (incluindo todas as resinas e os filmes de BOPP e BOPET).

Não bastasse a pandemia e as reformas tributária e administrativa que não acontecem, ainda foi preciso enfrentar os impactos causados pelo Furacão Sally, que atingiu produtores e exportadores de resinas plásticas na região do Golfo do México. 

São Paulo já permitiu a reabertura de muitas de suas atividades. “Hoje, ainda sem expectativas claras para os próximos meses, fica a certeza apenas de que sairemos desta mais fortes. Assim como o plástico, que entrou o ano sendo denegrido, mas que ganhou um novo peso no cenário atual, já que é matéria fundamental para a integridade da saúde humana”, finaliza Gonçalves.

Passados 10 meses de 2020, o que se vê é uma economia mundial em níveis preocupantes de fragilidades. O mercado internacional de bonds e moedas segue mostrando sinais importantes de alerta de deterioração. Uma segunda onda de contaminação na Europa traz à tona um elevado grau de incerteza. Temos a eleição americana em novembro. O grau de endividamento das empresas americanas está em níveis recordes nas últimas décadas e as perdas permanentes de postos de trabalho sinaliza uma onda de falências ainda fora do radar da grande mídia.

O Brasil ocupa um posto preocupante neste cenário. O fracasso na condução da pandemia nos trouxe até agora, inflação, escassez de commodities, câmbio descontrolado, choques abruptos de demanda e oferta e uma dívida pública em patamares pra lá de preocupantes. Na dificuldade de rolarmos nossa dívida temos uma piora de seu perfil com o aumento das operações compromissadas e a redução de seu prazo deixam muitas dúvidas quanto ao cronograma de vencimento no primeiro trimestre de 2021.

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