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[Plástico pós-pandemia]: Mercado busca extensão para atender oferta e demanda

Christopher Mendes, diretor financeiro da ABIMEI enxerga uma possível queda no setor e na economia

Na sequência do projeto Plástico pós-pandemia, conversamos com Christopher Mendes, diretor financeiro da ABIMEI (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), para falar sobre o mercado de máquinas e equipamentos do mercado plástico.

Para o diretor financeiro ainda não há expectativas sobre recuperação econômica para o próximo ano. “O próprio Governo ainda não conseguiu definir o PIB do país este ano, por isso não temos como prever dados de recuperação para 2021”, destacou.

Confira na íntegra a entrevista:

Plástico Virtual – Como o setor se adaptou à nova realidade? Especialmente no viés econômico. Houve retração considerável? Como lidam com os números?

Christopher Mendes – O setor de plástico é bem amplo, é um setor que congrega vários segmentos. O setor como um todo, sofreu um baque, alguns se adaptando, e alguns ficaram pelo meio do caminho.

Falando do setor de embalagens para presentes feitos de BOPP, houve em retração muito grande, pois elas tiveram que fechar, e com as fábricas de transformadores também tiveram que fechar, mandar funcionários embora, o que acabou levando a uma queda e uma crise no setor.

O setor de embalagens voltadas para alimentos vem se mantendo muito bem, pois está atendendo a rede de serviços essenciais, e para as fábricas, isso foi bom, pois elas continuam tendo que produzir. Já o setor de descartáveis, aumentou significativamente seu faturamento, pois é essencial para este momento, e é todo o mercado do plástico, porém o parque fabril não estava preparado para atender o mercado nesta expansão.

PV – Em relação a vagas de trabalho, como estão lidando com as perdas? Existe alguma iniciativa governamental para ajudar nesse quesito?

CM – O Governo realizou a MP 936/20 para ajudar nesta questão, com suspensão de contrato de trabalho, redução de jornada, ajudar com a parte que a empresa deixa de pagar, mas isso não é suficiente. O que temos sentido, é que tanto a pessoa física, como a jurídica, encontra dificuldade para acesso a créditos, então, suspender os contratos de trabalhos, ou reduzi-los, isso permite você ganhar um fôlego, um tempo, porém o problema vai voltar, quando acaba esse período, se o Governo não tomar outras medidas, ao invés que mandar embora em abril, você vai mandar em setembro.

PV – O que espera do próximo ano?

CM – O próximo não temos ideia do que esperar. Para 2020, esperamos sobreviver no mercado. O Governo ainda não tem a projeção de quanto vai ser o PIB deste ano, sabemos que vai ser negativo, só não sabemos o quanto, então não da para ter alguma ideia sobre 2021.

Nós esperamos para 2020 fechar o menos possível de empresas e manter o máximo de possível de empregos, só podemos ver que a quantidade de desempregados que aumentou.

PV – Como lidam com a nova realidade? Existe alguma ação que queira destacar?

CM – A demanda cresceu demais, só que a oferta não conseguiu acompanhar, mas como é uma demanda que vai durar por um tempo, o nosso parque fabril vai se adequar.

A ABIMEI está aderindo as ações do Governo, prorrogamos impostos para pagar, renegociamos contratos com prestadores de serviços. Nossos associados, alguns estão em dificuldade, pediram prorrogação de boletos, alguns pediram para sair da associação. Conseguimos cortar gastos, pois começamos um ano em vigência, mas o que acontecerá em 2021, não sabemos ao certo.

PV – Existe algum dado de recuperação econômica ou ao menos projeção?

CM – Não temos como prever uma recuperação econômica, não podemos prever o número de recuperação do mercado, se nem o Governo tem um PIB para apresentar.

Vamos ter queda no PIB, aumento em desempregos, fechamento de comércios, indústrias, é uma perspectiva ruim, porém realista. No Brasil, diferente de outros países, nós tivemos uma reação ao novo coronavírus muito ruim, as nossas ações não caminham junto. Temos o Governo Federal agindo de uma forma e os Governos Estaduais agindo de outra, e essas ações fragmentadas geram reações nas empresas e nas pessoas diferentes, trazendo problemas.

PV – A oscilação do dólar afeta a produção local? De que forma?

CM – O dólar afeta totalmente a produção local e impacta a economia brasileira de forma geral.

As pessoas possuem uma visão muito simplista – o dólar alto, vamos exportar um monte –. O mercado de exportação está na mão de poucos, de grandes empresas. A importação é diferente, o país inteiro importa, grandes, médias e pequenas empresas. O Brasil é muito dependente de matéria-prima, suprimentos que vem do exterior.

Com o dólar alto, afeta o preço do produto nacional, nós vendemos minério de ferro pra China, eles nos devolvem em máquinas, ou linha branca, e com o dólar em alta, afeta o preço do produto nacional.

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