Pesquisa aponta aumento de receita de máquinas e equipamentos
De acordo com a pesquisa que analisa os indicadores conjunturais da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o mês de fevereiro foi marcado por uma alta na receita líquida de vendas do setor de máquinas e equipamentos.
A alta marcou uma subida de 5,8% em comparação com o mês anterior, mesmo após considerar os efeitos sazonais. No entanto, se compararmos com o mesmo mês do ano passado, a taxa caiu 14%.
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Já em comparação com o mesmo período do ano anterior, janeiro e fevereiro de 2023, as receitas com vendas tanto no mercado interno quanto no externo diminuíram. Enquanto isso, as exportações, em particular, sofreram uma queda de 9,2% em dólares
Sendo assim, embora a receita líquida tenha demonstrado melhora em relação ao mês de janeiro, ela se manteve abaixo do resultado de fevereiro de 2023.
Dessa forma, os números analisados no primeiro bimestre do ano sinalizam que o baixo dinamismo na atividade industrial continua impactando negativamente os investimentos de certos segmentos.
Referente às receitas provenientes de máquinas no mercado doméstico, ela vem sofrendo com uma retração constante desde de 2022. Naquele ano a queda registrou 6,9%, já em 2023 foi de 15,4%, e neste ano, o primeiro bimestre de 2024 marcou uma queda de 18%, principalmente em relação à mesma época em 2023, que também registrou uma baixa.
Com isso, as receitas de vendas no mercado interno voltaram ao patamar de crise fiscal, ocorrida entre 2016 e 2017. Da mesma forma, as exportações também representam um impacto negativo nos resultados das receitas.
Exportação de máquina e equipamentos
Quanto à questão das exportações de máquinas e equipamentos nacionais, o mês de fevereiro se encerrou totalizando US$829 milhões. Assim, o resultado também está 21,4% abaixo do registrado no mês de janeiro de 2024, que marcou US$1 bi.
Em 2023, o setor de máquinas atingiu um marco histórico ao exportar quase US$ 14 bilhões em produtos. Esse valor supera o recorde anterior, estabelecido em 2012. No ano em questão, em média, a indústria exportou US$1,16 bi ao mês. No entanto, o patamar registrado no início deste ano, encontra-se um pouco abaixo.
Assim, como as exportações medidas em quantidades físicas, que também registraram queda neste início de ano. Em relação ao mesmo período de 2023, a queda foi de 24,9%, em relação a janeiro de 24,3%.
Exportação nos setores e nos continentes
Ainda no que diz respeito às exportações de máquinas e equipamentos, em fevereiro deste ano registou-se uma contração. Sobretudo em relação ao mês de janeiro deste ano, isso aconteceu em 7 dos 7 grupos setoriais monitorados.
Sendo assim, entre os grupos que registraram uma queda mais acentuada, aparecem os produtores de máquinas para a indústria de transformação. Isso tanto nas direcionadas para fabricação de bens duráveis como de não duráveis. Ainda, houve crescimento na exportação de máquinas para infraestrutura e indústria de base.
Na comparação com igual período do ano anterior houve também uma variação positiva, mas em apenas 1 grupo dos 7. A taxa de crescimento ocorreu nas exportações de máquinas para infraestrutura e indústria de base, com 49,8%.
Porém, o crescimento está concentrado em janeiro e trata-se de um grande projeto de tratamento de água direcionado para Singapura.
Portanto, nos meses de janeiro e fevereiro de 2024, acontece um aumento significativo das exportações para Singapura, devido ao investimento na área de infraestrutura.
Assim, com a exportação, o país tornou-se o quarto principal destino de importações nacionais de máquinas e equipamentos. Desse modo, indo de uma participação de 0,9% em janeiro e fevereiro de 2023, para 5,9% das exportações nos mesmos meses em 2024.
A Argentina, que no ano anterior absorveu cerca de 13% das exportações, notou-se uma queda de mais de 50%, e neste ano chegou a 6,8% na participação total.
Assim, de modo geral, as exportações de máquinas produzidas no Brasil foram enviadas para países da América do Norte, que no período consumiram cerca de 40% do total. Já a América do Sul absorveu quase 29% do total de máquinas e equipamentos exportados.
Importações de fevereiro de 2024
No tocante às importações de máquinas e equipamentos em fevereiro deste ano, comparado ao mês anterior, a registrou-se uma diminuição de 7,2%. E em relação ao mesmo mês no ano passado houve um aumento de 12,4%.
Assim, neste mês, US$2,1 bilhões foram importados em máquinas e equipamentos, enquanto isso, no mês de janeiro as importações registraram US$1,9 bilhões. Na mesma época no ano anterior, aconteceu uma queda das importações medidas em quantidade física.
Desse modo, em comparação ao mês de janeiro de 2023, a queda representou -8,5%, porém, em relação a fevereiro de 2023, o crescimento marcou 12,9%. Apesar da queda no consumo interno, as importações de máquinas cresceram em 2023, devido ao deslocamento da produção nacional.
Análise de importações por setores e locais
Na avaliação interanual, 5 dos 7 setores monitorados marcaram aumento nas importações. No mês, ocorreu um aumento apenas nas importações de máquinas para petróleo e energia renovável.
Sendo assim, vale destacar que o maior volume de máquinas e equipamentos importados está acontecendo de maneira generalizada, com exceção dos setores mais dependentes de crédito, como a construção civil, com -2,5% e também do setor agrícola com -25,7%.O setor agrícola teve também sua rentabilidade impactada negativamente por conta da variação cambial e preços das commodities.
Entre as principais origens das importações, China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking.
Enquanto isso, em 2024, a China voltou a registrar crescimento no mercado nacional após o leve recuo notado em 2023, e com isso, manteve-se como a principal origem das importações.
Da mesma forma, em janeiro deste ano, a China foi responsável por 30% de todas as máquinas que entraram no Brasil. Isso porque desde 1997 a China segue apresentando tendência de ocupação no mercado mundial e nacional. E em comparação com os lugares no comércio internacional, encontra-se atrás apenas da Alemanha, mas no campo nacional, se apresenta como o principal fornecedor.
Consumo aparente de máquinas e equipamentos
Em fevereiro, quanto ao consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, somando a compra de produtos fabricados localmente com os importados, aumentou 9,2% em comparação com janeiro de 2024, com ajuste sazonal.
No entanto, em relação a fevereiro de 2023, houve uma queda de 4,5%, e em relação ao acumulado de janeiro e fevereiro de 2023, a queda foi de 10,9%. O total acumulado do ano atingiu R$ 49,2 bilhões.
Assim, a desaceleração da atividade nos variados setores impacta negativamente as decisões de investimento no Brasil desde 2022. E junto a isso, a baixa competitividade industrial local, que subtrai o mercado consumidor já pequeno, e dá espaço aos bens importados.
Nos meses de janeiro e fevereiro de 2024, somente 53,7% das aquisições foram de máquinas produzidas localmente.
Nível de utilização da capacidade instalada e pessoal ocupado
Já o NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) da indústria brasileira de Máquinas e Equipamentos subiu para 71,4% no mês de fevereiro. Porém ainda se encontra 7,7% abaixo do
nível observado no final do mesmo mês de 2023, isto é, 77,4%.
Em média, durante o período, o setor operou em dois turnos. Nos últimos 12 meses, o setor operou, em média, com 74,8% de sua capacidade instalada. Já a carteira média de pedidos, medida em semana para o seu atendimento, durante o mês fevereiro estabilizou em 9,4.
Assim, entre os setores fabricantes que se mostram com carteira baixa, produzem máquinas direcionadas à indústria, para agricultura e para construção civil.
Já o mês de fevereiro deste ano foi finalizado com uma pequena queda da mão de obra, com -0,4%. Porém, o quadro geral é de leve estabilidade no atual patamar. Sendo assim, o setor continua com um pouco mais de 10 mil pessoas a menos no quadro de pessoal, principalmente comparado com o mês de setembro de 2022, período que marcou um número recorde de pessoas empregadas no setor.
Quanto ao mesmo mês em 2023, o setor encolheu 1,7% a sua força de trabalho. Isso porque os setores registraram os maiores cortes no nível de pessoas empregadas. Mas foram os destacados pela piora na receita de vendas já em 2023, os fabricantes de máquinas agrícolas e de máquinas para a indústria de transformação.
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