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Como encontrar multivisões do processo de injeção

Artigo por Wilson José Luiz da Pensei Nisso detalha a diversidade no processo de injeção

Buscando contribuir com informações sobre o mercado do plástico, trouxemos o artigo por Wilson José Luiz, analista de processos especialista em transformação de plásticos da Pensei Nisso, uma empresa de consultoria e treinamento para empresas.

Em visitas e atuações às empresas de transformação de plásticos, especificamente em injeção de plásticos, tenho visto muitas vezes “mais do mesmo”, me referindo aos processos desenvolvidos pelos profissionais da área. Isso não deveria ser tão recorrente considerando a alta capacitação técnica e criativa que estes profissionais possuem, pois, é possível, com o alinhamento profissional adequado, desenvolver diferentes processos que sejam confiáveis.

É muito comum observar nas diversas empresas que os profissionais podem discordar em diversos pontos, inclusive quando se trata de como ajustar a máquina injetora, visto que há diferentes perspectivas e experiências. Da mesma forma deve haver diversidade no desenvolvimento de processos, ainda que técnicos, no ramo de máquinas injetoras de plástico.

O início é dado no desenvolvimento, que é tratado normalmente no papel, ou seja, como será esse processo, de maneira teórica, sempre tratando isso para a determinação de tempos considerando as características da máquina, seus métodos de fabricação, e outros; feito pelo “técnico de mesa”. Quando tudo isso chega na área fabril, é possível passar da teoria para o processo prático, em que surgem as dificuldades já que a prática traz problemas que podem não ter sido considerados no processo teórico, conforme seu contexto de aplicação. A teoria agora precisa de adaptações, contando com a experiência do “técnico de chão de fábrica”, e nesta etapa surgem as maiores divergências. Já ouvi algumas frases e você já deve ter ouvido também, como: “O papel aceita tudo”. Mas será que a teoria e a prática são tão antagônicas assim? Afinal, ambos deveriam estar interligados.

Já estive dos dois lados desta cadeia, tanto como “técnico de mesa” como “técnico de chão de fábrica”, e, por mais paradoxal que seja, agia exatamente desta forma, quando na primeira posição usei toda a teoria adquirida e conhecimento teórico em desenvolvimento, mas no outro a teoria parecia não ser mais tão útil, sendo deixada de lado. E em um destes momentos, em que estava no chão de fábrica, percebi que não muitas vezes não se dava continuidade aos pensamentos e ideias desenvolvidas na mesa, e então me perguntei, por quê? E comecei a analisar alguns pontos que despertaram uma nova visão em mim.

Primeiro é necessário responder uma pergunta muito importante. O que é o processo de injeção? De forma simplificada, consiste em empurrar o material fundido (neste caso o plástico) dentro da cavidade de um molde, e após seu resfriamento retirar do molde por meio de sistemas de extração.

É aí que temos que pensar e nos apegar:

  • Plástico fundido – energia térmica
  • Empurrar o plástico – pressão e velocidade
  • Resfriar – energia térmica
  • Extrair – movimentos lineares

Agora vamos todos voltar a sala de aula e o que temos? Isso mesmo, FÍSICA, estamos falando simplesmente de uma ciência exata. Ótimo, agora podemos prosseguir.

Vamos estudar, avaliar e entender que tudo isso pode ser usado ao nosso favor, tornando os processos previsíveis e definidos de forma que todos possam visualizá-los, deixando de lado os achismos e subjetividade, trazendo a tona a razão e a objetividade.

Agora analisando tudo isso, na prática, isso mesmo, e a prática na teoria simultaneamente, como deveria ser — vamos lembrar que todo este desenvolvimento é elaborado por técnicos, com diferentes vivências, conhecimento teórico e experiência profissional, mas que de alguma forma aprendeu sobre a técnica de injeção. E esta é a melhor hora de entender porque tudo isso acontece.

Portanto, se todos agora conversarem a respeito, utilizarem o mesmo conceito de avaliação, desenvolvimento e ajustes para soluções de problemas referentes ao processo de injeção, veremos que a ciência por trás dos processos de injeção de plástico funciona.

Temos como exemplo alguns pontos que podem ajudar nossa avaliação, apesar de parecer muito básico, é exatamente por considerar tão básico que esquecemos de analisar estes pontos com mais atenção.

  1. Garantir que a temperatura da massa fundida esteja de acordo com as especificações do fabricante, normalmente encontrado no Data Sheet;
  2. Verificar se a máquina é compatível com o produto em foco;
  3. Analisar as condições da máquina, sem problemas de manutenção que podem acarretar em processos instáveis, enganosos e até perigosos;
  4. Conferir se o molde está em condições condições necessárias;
  5. Determinar os parâmetros de injeção de forma mais objetiva possível, não ultrapassando limites teóricos e axiomas da ciência por trás dos processos;
  6. Garantir que todos os movimentos estejam ajustados da melhor forma, buscando o melhor desempenho do equipamento.

  Ainda assim, há outros pontos a serem cuidadosamente avaliados, como o layout e mão de obra, mas neste texto busquei ressaltar pontos que têm como foco em comum aos 3 “M’s” que estão diretamente ligados ao processo de injeção (Máquina, Molde, Método), e com tudo isso posso garantir que, se feito de forma responsável, grande parte dos problemas enfrentados em todo o processo; desde o desenvolvimento até as fases finais de produção podem ser minimizadas ou até mesmo eliminadas.

Agindo desta forma será possível notar o crescimento de todos os envolvidos no processo, desde o desenvolvimento até a produção do produto, seja “técnico de mesa” ou “técnico de chão de fábrica”, podemos estar nos diferentes lados em diferentes momentos, ou até mesmo nos dois ao mesmo tempo. Contudo, o maior benefício de tudo isso é trazer mais conhecimento e crescimento às pessoas do setor, valorizando o trabalho de todos os envolvidos nos processos de injeção.

Autor: Wilson José Luiz – Analista de Processos da Pensei Nisso.

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