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Solvente verde produz plásticos biodegradáveis

No futuro, esse material poderá ser utilizado em embalagens com propriedades antioxidantes e antimicrobianas

Cientistas do Brasil e de Portugal desenvolveram um método sustentável para produzir bioplástico, a partir do aproveitamento de solventes verdes que não agridem a natureza.

Segundo um artigo publicado pela revista científica Green Chemistry, esse plástico poderá ser usado em embalagens para várias finalidades, incluindo a indústria alimentícia.

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Isso porque, os cientistas demonstraram que solventes eutéticos, os solventes verdes, são eficazes para extrair os carotenóides astaxantina e betacaroteno.

Que, logo, são antioxidantes da biomassa da levedura Phaffia rhodozyma.

A princípio, esses pigmentos naturais são recorrentes ao interesse comercial, uma vez que sua aplicação ocorre em diversas áreas industriais.

Por exemplo, na indústria de alimentos, de cosméticos e farmacêutica, além das demais.

Ainda mais, o estudo concluiu que esses solventes podem ser, também, agentes extratantes.

Ou seja, para extração de compostos, além de atuar como plastificante para filmes biodegradáveis à base de amido bioativo, sem haver necessidade de purificação adicional.

Para Cassamo Mussugay, um dos pesquisadores dessa tecnologia, essa é uma busca alternativa aos pigmentos sintéticos e aos processos de extração que usam solventes poluentes.

Mussugay afirma “trabalhamos com processos sustentáveis para obter os pigmentos biodegradáveis.” 

Ainda mais, Jorge Fernando Brandão Pereira, professor e autor do artigo, fala que é possível produzir pigmentos sustentáveis.

Pereira explica “demonstramos em uma prova de conceito que é possível fazer todo o processo de produção de um pigmento natural de forma sustentável. “

Como aconteceu o processo?

solventes verdes tornam plástico biodegradavel

Primeiramente, a equipe de pesquisadores produziram os carotenóides cultivando a Phaffia rhodozyma em um biorreator, que é um recipiente com condições adequadas para a levedura.

Em seguida, líquidos iônicos e solventes eutéticos à base de colina extraem os pigmentos da levedura.

Os solventes verdes à base de colina, são uma das vitaminas do complexo B, produzidas pelo organismo humano e encontrados na natureza, conjugados aos butanoicos.

Com isso, tanto os líquidos iônicos como os eutéticos são vistos como ideias para a extração de compostos de matrizes naturais.

Principalmente, devido suas propriedades de solvatação, um fenômeno que ocorre quando um composto iônico se dissolve na substância polar sem formar uma nova.

Além disso, os pesquisadores testaram cinco concentrações de biomassa-solventes, tudo isso para maximizar a recuperação de astaxantina, que é um dos importantes antioxidantes naturais.

A professora Valéria Ebinuma, que é orientadora do trabalho, analisou que este solvente entrega um melhor resultado..

Ebinuma destaca que “detectamos o solvente com o melhor resultado, além de extrair o corante da biomassa do micro-organismo, também atuou como agente plastificante para embalagem.”

Por fim, o objetivo agora é demonstrar resultados referente a eficiência do uso desse plástico para diversas finalidades industriais.

Bioplástico: um crescente produto no uso comercial

O bioplástico está cada vez mais presente na busca pelo alinhamento sustentável das empresas.

Por isso, o mercado de bioplástico está em alta ao redor do mundo.

Segundo a EUBP (European Bioplastic), associação voltada à indústria de bioplástico na Europa, a produção mundial de bioplásticos deve aumentar ainda mais.

Isso porque, a associação estima um aumento de cerca de 2,8 milhões de toneladas em 2025.

Principalmente, pelos biopolímeros inovadores estarem impulsionando esse crescimento, como o polipropileno de base biológica e o poli(hidroxialcanoatos) (PHAs).

Atualmente, os plásticos biodegradáveis correspondem a quase 60% da produção global de bioplásticos.

Nesse sentido, os bioplásticos são alternativas para suprir a necessidade de alinhamento sustentável das indústrias, como o setor de embalagens, eletroeletrônicos e até mesmo têxteis.

Como conclui um professor membro da equipe, Jorge Pereira.

Para Pereira, “os processos atuais de produção industrial ainda são agressivos  mesmo que o produto seja biodegradável.” 

Segundo ele, um exemplo é o papel, que embora seja renovável e reciclável, tem, majoritariamente, métodos de fabricação não sustentáveis.

Contudo, o professor finaliza “nesta pesquisa com solventes verdes, apresentamos que é possível ter bioplásticos usando uma plataforma integrada e mais sustentável.”

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