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Plástico que vira adubo?

A ERT produz cerca de 3 mil toneladas do bioplástico por ano, a meta da empresa é aumentar a linha de produção e chegar as 35 mil toneladas até 2025

Completando dois anos desse feito, a ERT (Earth Renewable Technologies) é a primeira empresa na América Latina que fornece matéria-prima para embalagens plásticas que viram lixo orgânico. O plástico biodegradável da ERT se decompõe em até dois anos e pode virar adubo.

Isso porque, se levado a compostagem, vira adubo num prazo de 180 dias. A princípio, a empresa investiu R$ 50 milhões apenas este ano, tendo o desejo de produzir acima das atuais 3 mil toneladas de resinas por ano.

Esse investimento partiu dos clientes da XP Private, o que a startup almeja é chegar à marca de 35 mil toneladas por ano até 2025. Mesmo sendo um número pequeno para as milhões de toneladas movimentadas pelo mercado de plástico. 

Mas trata-se do primeiro salto de crescimento para um mercado que a empresa vê como exponencial.

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Isto é, em meio a maior demanda de produtos sustentáveis por parte das empresas, aliada a uma vantagem comparativa relevante do Brasil neste ramo. 

Kim Gurtensten Fabri, CEO da ERT explica: “O que a gente busca muito estando no Brasil é estar próximo da nossa matéria-prima, que é o açúcar, e realmente dar escalabilidade ao bioplástico”.

Segundo dados da Bioplastic Magazine, que compila os dados do setor, hoje o mercado de bioplásticos movimenta cerca de US$ 10 bi.

O que representa apenas 1,5% do total movimentado pela indústria do plástico em geral. A expectativa é que esse percentual passe para 6% em 2025 e 40% em 2030. 

Como é feito o bioplástico?

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O bioplástico da ERT é fabricado a partir do ácido lático obtido pela fermentação do açúcar. 

Dessa forma, um dos principais diferenciais da startup é conseguir fazer um bioplástico resistente e não quebradiço, que pode ser utilizado também em embalagens rígidas. 

Fabri afirma: “Patenteamos toda a parte de reforço do bioplástico, o que dá funcionalidade para o plástico sem que ele perca a compostabilidade, sem adicionar nenhum componente químico ou plástico de origem fóssil”.

A Puravida, marca brasileira de produtos alimentícios de origem natural que foi comprada neste ano pela Nestlé, foi uma das primeiras clientes da ERT. Ela usa o material nos potes da sua linha de polivitamínicos.

Além disso, outro cliente é a Embalixo, de sacos e sacolas plásticas, que tem uma linha compostável voltada para armazenamento de lixo orgânico. 

O CEO ressalta que: “Temos muitos projetos em desenvolvimento na área de cosméticos e de bens de consumo”.

Em teoria, todo o plástico é reciclável, mas a ERT mira principalmente os mercados em que a reciclabilidade é baixa. 

Ou seja, as embalagens rígidas de polietileno de baixa densidade e polipropileno, que vão em frascos de shampoo e amaciante, por exemplo.

E também as embalagens flexíveis, como as usadas em salgadinhos e biscoitos, por exemplo, e que acabam não chegando às recicladoras. 

O custo para a produção

Com a tecnologia dominada, o custo é o maior obstáculo para a indústria ganhar escala, aponta o executivo. “Hoje, vemos um prêmio em cima das resinas de 1,8 a 3 vezes, dependendo da aplicação. E custo é um fator determinante para a indústria do plástico”.

O ácido lático utilizado na fabricação das resinas da ERT vem da Tailândia, que é um dos maiores produtores nesse setor. 

No entanto, a empresa planeja avançar na cadeia para chegar à produção de matéria-prima no Brasil nos próximos anos.

Segundo o CEO, a companhia vê a verticalização como passo fundamental para a próxima etapa de crescimento.

Assim, uma nova captação não está nos planos no curto prazo. “Ainda estamos totalmente focados em investir, mas não pensamos numa nova rodada num futuro próximo. A nossa família controla a empresa. Não buscamos diluição e nem valuation maluco”, finaliza.

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