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Alerta contra a “extinção” em Reunião-Jantar do Simplás

Psicóloga Debora Frizzo diz que ideias de liderança ultrapassadas ameaçam futuro de Caxias do Sul e região

 

A menos que deseje ter o mesmo fim dos dinossauros sobre a face da Terra, a economia de Caxias do Sul e região precisa dispensar algumas ideias de liderança que um dia foram consideradas normais e hoje se tornaram jurássicas. O alerta, em tom provocativo, a uma plateia de aproximadamente 200 empresários, segunda-feira à noite, partiu da psicóloga Debora Frizzo (fotos), durante a Reunião-Jantar do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás).

“Os novos funcionários exigem este novo líder. Quem não atentar para esta mudança de paradigmas, será um chefe dinossauro. É a última coisa que a nossa região precisa. Em todas as reuniões de que participo na cidade, há um receio generalizado de que Caxias do Sul vire uma nova Detroit (lar das quatro maiores fabricantes de automóveis dos Estados Unidos, antigamente próspera, hoje falida), porque os chefes ainda pensam ‘eu sempre fiz assim’”, declarou a pró-reitora do centro universitário UniFtec.

Na palestra Liderança Resiliente – o que os líderes podem fazer por suas equipes, Debora disse que a ideia de comando inquestionável tornou-se sinônimo de ingenuidade perante os funcionários.

“O ingênuo é um chefe, não um líder. São coisas diferentes. Chefe tem autoridade ilusória. Líder tem autoridade autêntica e legítima. Muitos de nós ainda vivemos no mundo do passado, onde as práticas e conceitos de lideranças que aprendemos antes ainda servem. No mundo de hoje, não servem mais”, sentenciou.

Conforme a professora do Curso de Gestão na Prática, desenvolvido pelo Simplás em parceria com a UniFtec e atualmente já abrindo inscrições para a segunda turma, a liderança eficaz reside sobre quatro pilares. O líder, segundo ela, precisa desenvolvê-las. Pois o chefe, assim entendido, está condenado ao fim.

Debora explicou os predicados de cada item.

“Honestidade, vamos combinar que é o mínimo para qualquer um. Competência, é preciso parecer ter e ter de verdade. Visão de futuro compartilhada, não se transmite com uma placa no hall de entrada da empresa. Se transmite com comportamento, todos os dias, na frente dos liderados”.

E sublinhou a capacidade de inspiração:

“O chefe não inspira. O chefe amedronta. Chefe é um dinossauro da gestão. Ele não consegue inspirar, só consegue fazer obedecer. E a última coisa que as pessoas querem é ser obedientes. Elas querem ser inspiradas. Querem ter uma experiência de gestão que dê sentido à vida delas. O maior poder que um líder pode ter sobre sua equipe é a inspiração. É o maior respeito que se pode desejar”.

 

Inteligência emocional = poder

Ministrante do curso de Liderança que o Simplás lança em novembro, em parceria com o centro universitário UniFtec, Debora Frizzo apontou uma relação direta entre o grau de inteligência emocional do líder e seu patamar de influência sobre a equipe. De acordo com a psicóloga, o conceito não tem a ver com competência técnica e nível intelectual, mas refere-se à capacidade de lidar com as emoções – as próprias e as alheias. O líder, esclareceu, precisa desenvolver as habilidades de auto-observação, autocontrole e empatia, que consiste em saber colocar-se na situação do interlocutor, interpretando suas angústias e anseios.

“Tenho vários alunos que chegam e me dizem ‘nossa, meu chefe tinha que ouvir essa aula’. Já pensaram que esse aluno pode ser funcionário de algum de vocês?”

Aos mais assustados diante da complexidade das mudanças ou das perspectivas de extinção, a primeira mulher a ser palestrante principal em uma Reunião-Jantar do Simplás deixou o consolo:

“Nem sempre é fácil ser líder. Liderança é uma tarefa difícil e solitária”.

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