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Inovação na reciclagem de embalagens plásticas laminadas

A empresa Deink desenvolveu uma tecnologia capaz de separar as camadas de diferentes tipos de plástico, metal, tinta e verniz que podem constituir a embalagem laminada

deink

Depois de ter apresentado uma tecnologia inovadora que separa a tinta dos resíduos plásticos na reciclagem, a Deink Brasil deu mais um passo significativo para a economia circular. Isso porque, a empresa desenvolveu um sistema que permite a delaminação e a desmetalização de embalagens flexíveis como as usadas em biscoitos e snacks, garantindo assim o reaproveitamento desses materiais.

A princípio, uma das dificuldades na reciclagem de embalagens laminadas é que, ao final do processo, a resina resultante tem coloração preta ou marrom, qualidade inferior e aplicações limitadas. 

Assim, é comum que o pequeno volume que é reaproveitado se transforme em vasos ou baldes. 

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Com a nova tecnologia, desenvolvida 100% dentro da empresa brasileira, é possível separar as camadas de diferentes tipos de plástico, metal, tinta e verniz que podem constituir a embalagem laminada.

O que gera uma resina reciclada com características similares às da virgem. Isso é feito a partir de um processo que combina tratamento químico, sem uso de solventes, com reciclagem mecânica.

Rogerio Mani, fundador da empresa, destaca que: “Percebemos que apenas o destintamento não seria suficiente [para acelerar o reaproveitamento dos resíduos plásticos], porque há embalagens mais complexas e que são multimateriais”.

Resultados da inovação

Com isso, os técnicos da empresa conseguiram chegar a uma tecnologia “4D” (destintamento, desmetalização, delaminação e disrupção).

Inicialmente, separando os diferentes materiais que vão no filme de BOPP (polipropileno biorientado) que embala salgadinhos e produziu um material reciclado de maior valor. 

A tinta e o metal que foram separados dão origem a uma “borra”, que é descartada junto a empresas especializadas no tratamento desse resíduo. Mas também para isso a Deink está buscando outras formas de reaproveitamento.

O plano da Deink é chegar a quatro unidades em operação na fábrica de Itupeva (SP) até 2024. Para isso, conta com investimentos da ordem de R$ 85 milhões.

Nesse sentido, a primeira linha, equipada com a tecnologia espanhola, entrou em operação em 2021 e a segunda, no fim do ano passado. 

A terceira, já com a nova tecnologia, deve partir em julho, e a quarta, novamente com o sistema espanhol, em 2024, alcançando 30 mil toneladas por ano de capacidade instalada.

Implementação do projeto

Para esta primeira fase do projeto, segundo Mani, os recursos já estão assegurados. 

Isso porque, até 2030, a meta é chegar a um total de dez plantas com a nova tecnologia em operação, incluindo outros Estados e, eventualmente, países. 

Para esse segundo momento de expansão, a Deink não descarta financiamento externo.

Presidente da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) e com ampla experiência no setor de plásticos, Mani avalia que é preciso criar valor para o resíduo plástico, como ocorreu com a resina PET, para fomentar sua circularidade desde o momento da coleta.

Quanto à demanda, ele pontua que as grandes marcas estabeleceram metas de sustentabilidade e estão em busca de soluções inovadoras. “São os ‘brand owners’ que puxam a demanda, então temos conversado com eles para buscar alternativas para seus produtos”. 

Sobretudo, é para os transformadores plásticos, que atendem a essas marcas, que a empresa fornece seu produto.

Com 60 funcionários, a Deink está passando por um momento de profissionalização, com a saída de Mani da função de CEO para ocupar um assento no conselho de administração.

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