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Empresas de resinas PET recicladas enfrentam dificuldades de divulgação no mercado

Resinas recicladas ganham força no mercado, porém ainda precisam de incentivos para funcionar

As resinas PET recicladas são polímeros artificias, que quando expostos a uma certa temperatura apresentam boa viscosidade, podendo serem moldadas. Existem diversas formas e diversas empresas que utilizam de processos de resinas PET recicladas que se tornam novos produtos, ou podem ser utilizadas para complementar outros produtos.

Mas você sabe a história por trás da resina PET? O PET não foi propriamente criado para o mercado de embalagem, ele foi criado para o mercado de fibras têxteis, logo após a 2ª guerra mundial, quando a produção agrícola do algodão teve grandes perdas. O PET foi adaptado, tornando-se transparente e com alta resistência físico-química, tornando-se um produto de ótimo custo-benefício para a produção de embalagens.

Hoje, os produtos que utilizam PET reciclado em sua composição, formam um mercado de aproximadamente R$1,5 bilhões, e o Brasil é um dos países com as mais diferentes formas de utilização desse material reciclado, e os benefícios ambientais que as embalagens de PET pré-consumo proporcionam são vários, como: a redução do desperdício de produtos e embalagens; a extrema redução nas emissões durante o transporte; entre outros.

As reinas recicladas podem estar dentro do setor químico na fabricação de tintas e vernizes, banheiras, piscinas, placas de sinalização, entre outros. E no setor de embalagens, com o processo bottle to bottle, se transformam em novas embalagens de detergente, refrigerantes, produtos de limpezas.

Toda essa variedade de possibilidades para o uso de resinas PET recicladas torna o material muito demandado pela indústria, de forma que a reciclagem só não é maior, porque a coleta de lixo no Brasil e a coleta seletiva é quase inexistente, criando assim limitações para a volta do PET à indústria de reciclagem. E mesmo com toda essa dificuldade, o Brasil atinge níveis de reciclagem acima de 50%.

Economia Circular possui grande importância para ajudar na divulgação das resinas recicladas

Durante o seminário de reciclagem, Recy-Plastech 2019, foi dito que até 2025, a intenção é que exista 10 milhões de toneladas de plásticos reciclados em novos produtos. O PET reciclado possui preço menor, por isso é importante não comprar a resina virgem com a resina reciclada, segundo o consultor da empresa 3Rios Resinas, Luciano Gileno.

Empresas do ramo como, Grupo Radici e 3Rios Resinas e Braskem já fazem parte das empresas que fabricam as resinas PET recicladas e contam com a mesma qualidade que as resinas virgens, com a diferença de serem recicladas e melhores para o meio ambiente.

A RadiciGroup controla a sua cadeia de produção, desde intermediários químicos, como o ácido adípico até a poliamida 6 e 6.66, além dos tecnopolímeros e os fios sintéticos. A RadiciGroup conta também com a ideia de sustentabilidade em sua empresa, o desenvolvimento sustentável em seus produtos pretende manter o equilíbrio entre o econômico, a proteção do meio ambiente e o social.

Jane Campos, Country Manager da RadiciGroup, comenta que o impacto das vendas das resinas recicladas na empresa chega a ser por volta de 14%. Sendo um preço bastante competitivo com sua origem sempre constante e com propriedades controladas.

Jane Campos comenta “os maiores desafios das resinas recicladas é a disponibilidade, o produto é limitado. No passado existia um certo preconceito quando se falava em reciclados, atualmente tem sido um produto bastante procurado. A dificuldade é fazer o cliente entender que o produto é seguro, dentro do que se propõe, e deve ser estudado para cada aplicação e processo.”

A 3Rios Resinas é uma empresa que começou no ramo comercial vendendo resinas virgens, ela era distribuidora de resinas e a partir de 2018 com o crescimento da empresa, adquiriu uma planta de reciclagem, e viu a oportunidade de produzir a sua própria resina PET reciclada   para o mercado, com o objetivo de produzir sustentabilidade e qualidade, levando suas resinas para os seus clientes.

Luciano Gileno, consultor da empresa 3Rios Resinas comenta sobre a dificuldade do marketing com as resinas recicladas, “quanto mais cores possui na embalagem PET, mais difícil é de reciclar, e hoje as empresas agregam custos nas embalagens coloridas. Então não seria problema vender uma embalagem de resina reciclada, falta uma questão de marketing e estratégia para a resina reciclada. Quem compra a resina PET reciclada, possui o hábito de depreciar o valor, porém na hora de vender o seu produto, procura vender com valor alto por possui o selo verde. Falta as grandes marcas valorizarem a reciclagem.”

A Braskem hoje, é a maior produtora de resinas termoplásticas nas Américas, e possui sua produção focada nas resinas PE, PP e PVC, além de insumos químicos básicos. Além de possuir o polietileno verde, que é produzido a partir da cana de açúcar, de origem 100% renovável.

Segundo Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular e Reciclagem da Braskem , “não há no Brasil pesquisa do volume total comercializado de resina reciclada, mas sim índice de reciclagem de plástico pós consumo, que conforme pesquisa realizada pela FIA em 2016, contratada pelo PICPLAST e publicado no Perfil da Industria pela Abiplast, há um total de 550.000 toneladas de embalagens e equiparáveis pós consumo reciclados.

Em uma entrevista realizada em abril com Edison Terra, executivo da Braskem, “o conceito de resinas recicladas está no radar da empresa há menos de 24 meses. Antes disso, a Braskem não tinha em sua receita nenhum número que sustentasse o investimento dentro do mercado reciclável. Em abril, as resinas recicladas não chegavam a 5% do faturamento da empresa. Hoje a empresa já incorporou algumas resinas recicladas em seu portfólio, só que o foco é viabilizar que o produto seja recuperado e reciclado lá na frente”.

O objetivo da Braskem é desenvolver novas fontes de matéria-prima e novos mercado para a valorização do reciclado, alavancando esse volume de reciclado no mercado. “Estamos crescendo com a venda de resina reciclada. Em 2018 foram aproximadamente 150 toneladas, e esperamos alcançar 1.200 neste ano”, segundo Fabiana.

A matéria-prima orgânica é capaz de reduzir custos, despesas e poluição, sendo uma maneira mais eficaz de transformar o plástico.  A pirâmide que a Economia Circular preza, que no topo é necessário repensar, para depois reduzir, em seguida reutilizar e depois reciclar, para então recuperar e tratar para que então na base você possa dispor de todo esse processo. O modelo da economia circular envolve compartilhar, consertar e reutilizar.

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