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Uso de plástico reciclado na indústria automotiva

Estima que o uso de resinas recicladas por esse setor seja duplicado até 2030 e que até 2026 o mercado mundial de plásticos automotivos valerá até US$ 68,6 bilhões

O uso de plástico reciclado vem crescendo ano a ano na agenda de sustentabilidade da indústria automotiva. Isso porque, esse setor já percebeu que para reduzir emissões e descarbonizar o meio ambiente precisa ir além dos biocombustíveis.

Assim, mesmo que de forma tímida, e com maior presença no segmento de reposição, a adoção de resina reciclável no processo produtivo é uma realidade crescente.

Embora ainda esbarre na ausência de legislação de economia circular e reciclagem. Assim como, de maior apoio ao setor de coleta seletiva do poder público.

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De acordo com estimativa da consultoria MaxiQuim, até 2026 o mercado mundial de plásticos automotivos valerá até US$ 68,6 bilhões. Para efeito de comparação, em 2018 a cifra era de US$ 48,7 bilhões. Ou seja, deverá haver avanço de 41% nesse intervalo de oito anos, o equivalente a US$ 19,9 bilhões.

O gestor da área de energia e química sustentável da MaxiQuim, Maurício Jaroski, estima que, do total de plástico reciclado utilizado pela indústria automotiva, atualmente, de 4% a 5% tenham origem na reciclagem. É possível que até 2030 esta participação seja duplicada, chegando a até 10%.

Nesse sentido, Jaroski afirmou que esse avanço poderia ser ainda maior se houvesse uma padronização da sucata plástica que chega até as recicladoras no Brasil: “No momento em que isso ocorrer será possível usar resinas com pureza maior e, consequentemente, obter desempenho melhor para aplicações de maior valor agregado”.

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Sistema de sucata manual

Devido ao fato de muitas das peças do setor automotivo terem quesitos de qualidade que, diversas vezes, uma resina reciclada não consegue atingir, no contexto atual é possível incorporar a resina reciclada na cadeia.

Embora, não em aplicações de altíssimo desempenho. Por isso, também é mais fácil a disseminação inicial por meio do setor de reposição e em itens que não envolvam a segurança do veículo.

Jaroski ponderou que o sistema de sucata no país é manual. Dessa forma, é comum que ela esteja contaminada com outros plásticos, contenha carga orgânica, com metais, umidade, lodo e outros polímeros plásticos.

Assim, diminuindo o desempenho de transformação para fazer, por exemplo, uma resina de alto desempenho.

Segundo ele, hoje o reciclador tem de se virar como pode. “Falta amadurecer nossos sistemas de coleta, o que depende não só dos sucateiros mas das cooperativas e dos sistemas de coleta municipais. É esse elo, que transfere resíduos plásticos do descarte até a recicladora, que precisa melhorar. É preciso profissionalizar esse processo, o que já vem acontecendo, mas leva tempo”, pontuou.

A princípio, os parachoques são os componentes que mais recebem insumo reciclável. Dentre as aplicações no ramo há exemplos desde autopeças até óleo lubrificante. A garrafa PET, por exemplo, torna-se fibra de poliéster e, depois, carpete para automóvel. 

Além disso, também é transformada em cinto de segurança e em fita de arquear, muito utilizada no setor de transportes. O PET já é matéria-prima bastante presente na parte têxtil dos carros.

Diversas peças de reposição também são fabricadas com polipropileno reciclado, que pode ser obtido a partir de potes, bacias, baldes e móveis. Esse insumo está presente em parachoques, aerofolios e retrovisores. Até os painéis dos carros já utilizam em sua composição parte de plástico reciclado.

Consumo de resina reciclada no setor automotivo

Dados do monitoramento do índice de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo no Brasil, realizado pelo PICPlast em parceria com a MaxiQuim, apontam que em 2021 a indústria automotiva consumiu 47 mil toneladas de resinas plásticas recicladas. 

Parachoques responderam por mais da metade desse consumo, com 27 mil toneladas.

Jaroski assinalou que o uso do insumo reciclado no setor ainda gera um efeito de redução no preço final, o que não é realidade em todas as indústrias, como a de fabricantes de bebidas.

Segundo ele, para o consumidor, um parachoque de segunda linha com resina reciclada pode ficar de 20% a 30% mais barata do que a original, que utiliza o plástico virgem. 

Assim, se o comparativo for de duas peças de reposição, sendo que uma usa o plástico reciclado e outra não, a diferença do preço pode ficar em torno de 10% a 15%.

Jaroski conclui sinalizando que: “É preciso ponderar apenas que ela não é exatamente igual. Então pode ter diferença de cor e de resistência, pode não ser tão boa. Mas para o consumidor vale a pena.”

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