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Indústria brasileira avança na integração da biodiversidade aos seus negócios

Uma pesquisa da CNI aponta que mais de 50% das indústrias brasileiras incorporam a biodiversidade em suas operações, com 58% das empresas investindo em práticas sustentáveis, como tecnologias, uso consciente de recursos e certificações ambientais

Indústria brasileira avança na integração da biodiversidade aos seus negócios

Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), revela que mais da metade das indústrias do Brasil têm integrado a sustentabilidade aos negócios. A pesquisa, lanaçada na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, ou COP16, em Cali, na Colômbia, também estará na Conferência do Clima, que teve início dia 11 e vai até dia 22 de novembro, em Baku, no Azerbaijão. 

O estudo envolveu mais de 1,5 mil indústrias nos setores de transformação e extrativo. Os resultados apontam que seis em cada dez empresas (58%) implementam práticas vinculadas à biodiversidade. Incluindo práticas como: a utilização sustentável de recursos, tecnologias e certificações.

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Os entrevistados indicaram as seguintes medidas como as mais adotadas:

     

      •     35% adoção de tecnologias sustentáveis;

      •     32% sobre certificações ambientais; e

      •     29% sobre o uso sustentável de recursos biológicos.

    Além disso, a pesquisa revela que quanto maior o porte da indústria, maior a integração da biodiversidade aos negócios. A porcentagem poderia ser maior não fosse o custo de implementação de práticas sustentáveis, principal barreira citada pelas empresas (28%), seguida de falta de incentivos governamentais (24%) e de dificuldades regulatórias ou legais (19%).

    Benefícios associados à imagem das empresas

    No que diz respeito aos benefícios, 35% das indústrias apontam a integração da biodiversidade como um dos principais benefícios para melhorar a imagem da empresa. Em segundo lugar aparece o cumprimento de requisitos legais ou regulatórios, com 31%.

    Nesse sentido, Roberto Muniz, diretor das Relações Institucionais, explica: “O Fórum Econômico Mundial aponta que a perda da biodiversidade está entre os maiores riscos de longo prazo para a economia e a sociedade.”

    Isso porque, como comenta Muniz, nota-se um movimento global para que os negócios, nos mais variados setores econômicos, pautem-se na sustentabilidade. Assim, ele pontua o papel do Brasil: “A indústria brasileira se mostra alinhada a essa tendência há anos”.

    Resultados financeiros

    Além disso, a pesquisa revelou que 55% dos entrevistados concordam plena ou parcialmente que os investimentos em práticas de conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade atrai consumidores e investidores. 

    Enquanto isso, 45% das indústrias brasileiras têm um plano futuro para a diversidade. Assim, entre as ações 

    A pesquisa revelou também que 55% dos respondentes concordam total ou parcialmente que investir em práticas de conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade atrai consumidores e investidores. E 45% das indústrias no país têm um plano futuro para a biodiversidade. Dentre as ações planejadas, destacam-se:

       

        • conscientização e educação ambiental (29%);

        • certificações relacionadas à biodiversidade (16%) e;

        • inclusão da biodiversidade nas políticas e estratégias da empresa (15%). 

      Para ilustrar o potencial de integração da biodiversidade nas empresas, o levantamento revela que 20% das indústrias brasileiras consultadas produzem insumos ou produtos que utilizam recursos vegetais, animais ou microrganismos em suas formulações. Entre essas empresas, 76% afirmam que esses recursos agregam às características funcionais dos produtos.

      A adoção da bioeconomia pode gerar um acréscimo anual de US$ 284 bilhões ao faturamento da indústria

      Em relação ao potencial da bioeconomia nos negócios, as vendas ligadas a essa atividade somaram, em 2016, US$ 285,9 bilhões no Brasil. Com isso, representando 13,8% do PIB, conforme estudo do BNDES.

      Esse montante tende a aumentar, e as estimativas apontam que a bioeconomia poderá incrementar em até US$ 284 bilhões anuais o faturamento da indústria brasileira até 2050. Essa estimativa foi feita pela ABBI (Associação Brasileira de Bioinovação) em colaboração com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). 

      Nesse sentido, Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, ressalta: “O Brasil é o país mais biodiverso do mundo, com mais de 20% do número total de espécies da Terra. Por isso, temos a chance de ser protagonista na agenda da bioeconomia, que pode, inclusive, ser um dos motores da neoindustrialização brasileira, com sustentabilidade, alta na competitividade e justa repartição de benefícios”. 

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