De grampos de cabelo a sapatos, de xícaras de café a satélites, o plástico continua sendo um dos materiais mais usados pela indústria em todo o mundo. É certo que os derivados de petróleo continuarão sendo usados por muito tempo, já que oferecem baixo custo, leveza e múltiplas características.
Com o intuito de mostrar que é possível criar uma cadeia circular de produção desses materiais, o Instituto SustenPlást promove, há sete anos, o programa Tampinha Legal.
A princípio, a iniciativa já recebeu mais de quatro toneladas de tampas plásticas em um único dia. Bem como, já atingiu a marca de R$3 milhões arrecadados, que foram destinados integralmente para mais de 330 entidades assistenciais do terceiro setor.
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Sobretudo, o programa atua no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Goiás, Distrito Federal e Bahia.
Em Minas, está presente nas cidades de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); São Tiago, no Campo das Vertentes; Formiga, Lagoa da Prata e Piumhí, na região Centro-Oeste; Andradas, Brasópolis, Ipiúna, Machado e Três Corações, no Sul de Minas; além da Capital.
Programa de circularidade que atende metas e objetivos
De acordo com a gerente do Instituto SustenPlást, Simara Souza, o Tampinha Legal atende aos quesitos de ESG, Logística Reversa e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), preconizados pela ONU, desde 2015.
Com esse programa, as entidades assistenciais podem adquirir medicamentos, alimentos, equipamentos, ração animal e material escolar. Além de custear exames de saúde humana e animal, melhorias em suas sedes e diversos outros itens.
Souza destaca que o Instituto SutenPlást é a forma pela qual a indústria de reciclagem de plástico se coloca a serviço da sociedade. “Ainda existe um desalinho da sociedade quanto ao conhecimento relativo ao material plástico. Escolhemos as tampinhas, recolhidas por mãos voluntárias, para que as pessoas percebam que é possível tratar corretamente esse tipo de resíduo, gerando uma cadeia produtiva circular e de maior valor agregado”, explica.
Em Minas Gerais, onde está há três anos, o projeto já recolheu mais de 1,2 milhão de unidades. Somando 2,3 toneladas de tampinhas plásticas e arrecadou R$5.233,28.
Nesse sentido, as tampas entregues por particulares em pontos de coleta identificados como participantes do projeto sob responsabilidade das entidades beneficiadas.
Partindo disso são separadas por cor e classificadas de acordo com instruções do Tampinha Legal e enviadas para um entreposto onde o material será pesado e calculado o valor a ser recebido, por meio do aplicativo do programa. A partir disso, será a vez do reciclador local parceiro fazer a coleta.
Nenhum dos participantes da cadeia paga para participar do projeto. Isso porque, o Instituto é bancado pelas empresas de reciclagem mantenedoras da iniciativa.
Próximo passo para se aproximar da circularidade
O Tampinha legal já gera frutos. O próximo passo é o projeto “Copinho Legal”, que segue a mesma lógica – recolhendo também pratos e talheres descartáveis – e já está rodando no Rio Grande do Sul.
Sobretudo, os dois projetos se inspiram em iniciativas em que o Brasil tem destaque mundial como o programa de reciclagem do alumínio, que apresenta índices que ultrapassam a marca de 98%.
A cadeia produtiva do plástico também tem um “case de sucesso planetário” para chamar de seu: a reciclagem das embalagens de insumos agrícolas.
Já que 94% das embalagens plásticas de insumos agrícolas colocadas no mercado tem recolhimento, tratamento, reciclagem e, desse total, 93% tornam a embalagens perfeitas. Assim, atendendo todas as normas técnicas de segurança e usabilidade.
Tudo isso acontece por meio do Sistema Campo Limpo, que é o programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias e sobras pós-consumo de defensivos agrícolas, gerido pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias.
Souza finaliza: “Escolhemos atuar junto às pessoas físicas porque a indústria já tem uma regra robusta estabelecida sobre a destinação de resíduos”.
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