Simplás vai a Maringá (PR) para conhecer modelo de gestão pública com participação da sociedade
Visitas realizadas entre 4 a 6 de agosto devem inspirar plano de desenvolvimento econômico e social para Caxias do Sul
Nos próximos anos, conforme o plano Maringá 2030, traçado por meio de uma inédita coalizão da sociedade civil junto ao poder público, a cidade do norte paranaense deve ser agraciada com um novo projeto de mobilidade urbana de 154 quilômetros de extensão, abrangendo 13 municípios, um terminal de transporte de pessoas integrando os modais rodoviário, ferroviário e aéreo, e aliás, também uma nova pista de pouso de 3,2 quilômetros no aeroporto local. Também será construído o maior parque industrial da Região Sul do Brasil, onde se hospedarão uma série de incubadoras de empresas de alta tecnologia, incluindo um laboratório para fabricação e ênfase de um medicamento de combate ao câncer. Ainda, com a instalação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a cidade terá, além do maior campus universitário em extensão do Estado, o único curso de Engenharia Biomédica do Sul do país. E para completar, um centro de convenções e eventos com auditório de 2,5 mil lugares.
As informações são do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (CODEM) – criado em 1996, quando entidades empresariais detectaram que alguma coisa estava fora da ordem na economia do município. A partir daquele momento, prefeitura municipal, Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM), e Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), entre outras entidades tanto da esfera privada, quanto da pública, entraram em sintonia e passaram a garimpar soluções coletivas para o município e até mesmo a região, por meio do CODEM.
É exatamente este modelo de gestão que interessa ao Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás). De 4 a 6 de agosto, dirigentes da entidade que representa cerca de 500 indústrias, geradoras de aproximadamente 12 mil empregos na região, visitarão alguns dos projetos encaminhados pela parceria entre governo e organizações da sociedade civil no município paranaense.
“Vamos conhecer esta iniciativa de Maringá, que chama atenção pelo sucesso. Um projeto concebido pela própria sociedade e não pelo poder público. São as lideranças da sociedade que orientam o poder público quanto à gestão de prioridades e aplicação de recursos dos impostos. O objetivo é iniciarmos, conforme nossas potencialidades e necessidades, a elaboração de um plano de desenvolvimento econômico e social similar para toda nossa região”, revela o presidente do Simplás, Jaime Lorandi.
A comitiva ainda conta com representantes das Câmaras de Indústria, Comércio e Serviços (CICs) de Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha e Garibadi, Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias do Sul (Sinduscon), Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas da Região Serrana do Rio Grande do Sul (Sescon), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) e Universidade de Caxias do Sul (UCS). Em Maringá, além de estabelecer contatos com dirigentes empresariais locais, o grupo visitará três obras encaminhadas pelo CODEM: o rebaixamento da linha férrea, a Cidade Industrial e a Vila Olímpica.
“A estrutura política brasileira não tem demonstrado capacidade de elaborar e executar um plano de desenvolvimento econômico e social de longo prazo. Os governos ficaram distantes. Precisamos de um projeto que não seja de partido ou de governo, nem mesmo de Estado, mas um projeto da sociedade. Precisamos de uma inversão de papéis. Ao invés de perguntar aos candidatos o que eles pretendem fazer, está na hora de a sociedade apresentar suas demandas. E cobrar”, conclui Lorandi.