Ruas feitas de plástico reciclado, pesquisa transforma plástico em energia e reciclagem com umidade e ar
Plástico pelo mundo: Fique por dentro das principais notícias e curiosidades do plástico pelo mundo. Holanda une sustentabilidade e engenharia urbana com uma cidade com ruas feitas de plástico, pesquisa converte plásticos em hidrocarbonetos valiosos e técnica de reciclagem transforma PET sem solventes ou substâncias tóxicas
Ruas feitas de plástico reciclado, pesquisa transforma plástico em energia e reciclagem com umidade e ar
Cidade europeia tem ruas feitas de plástico reciclado

Na cidade holandesa, Zwolle, sustentabilidade e engenharia urbana unem-se, isso porque foi neste local em que criou-se a primeira rua feita totalmente de plástico reciclado do mundo. Uma solução sustentável que substitui o asfalto comum, reaproveita toneladas de resíduos plásticos e também reduz emissões.
Mas além disso, a inovação facilita a manutenção e a durabilidade do pavimento.
O projeto nasceu de uma parceria entre empresas locais e ganhou o nome “PlasticRoad.” E para desenvolvê-las as empresas usam: painéis modulares feitos com plástico reciclado. Como garrafas PET e embalagens de instalação rápida, simulando os encaixes do Lego, mas diretamente no solo. As ruas também contam com um sistema de drenagem interno, assim, impede alagamentos e infiltrações.
No entanto, antes da instalação das ruas, as empresas desenvolveram uma ciclovia como teste, em 2018. Tendo resistido ao clima, ao tráfego e ao tempo, este teste abriu caminho para ruas e estacionamentos com a mesma técnica.
A cidade também decidiu apostar em ruas feitas de plástico porque elas podem durar até 3 vezes mais que o asfalto, e emite até 70% menos CO₂. Ainda as ruas de plástico têm capacidade para receber sensores inteligentes, como medidores de temperatura, tráfego e umidade.
No que se refere a reciclagem, para cada 30 metros usa-se cerca de 1.000 kg de plástico reciclado. Ou seja, o projeto ajuda a reduzir os resíduos na cidade, transformando o que seria um problema em uma solução.
Essa inovação também causou impacto mundial já que 40 países interessaram-se pelo projeto piloto, bem como recebeu diversos prêmios por inovação ambiental e urbana. A tecnologia também ganhou adaptação para estacionamentos, calçadas e pistas e aeroporto.
Cientistas da UFRN desenvolvem tecnologia para converter plástico em energia

Na UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), pesquisadores desenvolvem uma pesquisa que busca converter resíduos plásticos em hidrocarbonetos de alto valor energético, capazes de aplicá-los na produção de combustíveis alternativos.
Desenvolvida pelo LabTam/UFRN (Laboratório de Tecnologia Ambiental (LabTam/UFRN), a pesquisa usa a pirólise catalítica para transformar plásticos e materiais mistos em um óleo sustentável. Assim, ajudando a reduzir a poluição e a dependência de combustíveis fósseis.
Este processo químico adotado pelos cientistas baseia-se na pirólise, ou seja, um processo químico que aquece os plásticos em um ambiente sem oxigênio, decompondo-os em um tipo de óleo rico em hidrocarbonetos. Assim, oferece uma alternativa sustentável aos plásticos descartados, já que pela sua capacidade de refino, o óleo consegue produzir gasolina, diesel e querosene.
Porém, os testes laboratoriais com estes resíduos começaram em 2023. Agora, o LabTam quer ampliar o estudo para análises de plástico pós-consumo, como os encontrados em lixos domésticos e em aterros sanitários.
Para aumentar a eficiência e reduzir custos, os cientistas utilizam catalisadores de menor custo. Por exemplo, em um dos estudos usaram trióxido de tungstênio suportado em cinza da casca de arroz. Enquanto em outro, um catalisador à base de óxido de cálcio obtido de resíduos da indústria cimenteira. Esses catalisadores aceleram o processo e melhoram a qualidade dos produtos obtidos.
Diante disso, a pesquisadora Edyjancleide Rodrigues, integrante do projeto, explica a importância da iniciativa: “Nosso objetivo é transformar o que hoje é resíduo em um insumo de alto valor energético. Permitindo que a reciclagem plástica alcance novos patamares.”
Apesar dos progressos, a ampliação do processo para escala industrial exige superar desafios, especialmente garantir sua viabilidade econômica e operação contínua em reatores industriais. Para isso, os pesquisadores testam a tecnologia em reatores laboratoriais, avaliando sua maturidade com base na escala TRL (Technology Readiness Level).
Cientistas criam método revolucionário para reciclar PET usando apenas umidade do ar

Cientistas da Universidade de Northwestern, nos EUA, criaram um método inovador para reciclar PET sem o uso de solventes ou substâncias tóxicas. O processo começa com um catalisador de baixo custo e, depois, a umidade do ar completa a conversão do plástico em monômeros, componentes essenciais para a fabricação de novos objetos.
Com maior segurança, menor impacto ambiental e custos reduzidos, a nova técnica supera os processos tradicionais. E ao mesmo tempo busca contribuir para a construção de uma economia circular para os plásticos.
Diante disso, o autor correspondente do estudo, Yosi Kratish, publicado agora no Green Chemistry, afirma que os EUA são o principal poluidor de plásticos per capita e recicla apenas 5% destes plásticos.
Nesse sentido, ele continua: “Há uma necessidade premente de tecnologias melhores que possam processar os diferentes tipos de resíduos de plásticos. A maior parte das tecnologias atuais derretem garrafas de plástico e dão origem a produtos de qualidade inferior. O que é particularmente empolgante na nossa investigação é que tiramos partido da umidade do ar para decompor os plásticos, conseguindo um processo limpo e seletivo”.
Enquanto isso, Naveen Malik, que liderou o estudo, afirma que a abordagem deste estudo não exige solventes e assenta na umidade residual encontrada no ar. Mailk também aponta que esta solução se diferencia dos métodos tradicionais de reciclagem, já que eles geram alguns subprodutos nocivos.
A equipe de pesquisa desenvolve o processo com um catalisador de molibdênio e carbono ativado, materiais comuns, acessíveis e não tóxicos. Para começar, adicionam o plástico PET ao catalisador e aquecem a mistura.
Rapidamente, as ligações químicas se rompem, permitindo que o material, ao ser exposto ao ar, se transforme em TPA, precursor dos poliésteres. Além disso, o único subproduto gerado é um químico valioso e de fácil remoção.
Quer estar sempre informado sobre a indústria do plástico? Preencha o nosso formulário para receber novidades e conteúdo de qualidade do mercado plástico.