A produtividade do trabalho na indústria de transformação caiu 2,8% em 2022, na comparação com 2021, é o que aponta a pesquisa da CNI.
Segundo a Produtividade do Trabalho na Indústria, essa foi a segunda maior queda anual da série histórica do indicador – iniciada em 2000 – e fez de 2022 o terceiro ano consecutivo de queda no dado, que retorna a um patamar próximo ao observado em 2014.
O levantamento sugere que esse resultado negativo se deve, em grande parte, às interrupções nas cadeias produtivas devido à pandemia de covid-19 e à guerra na Ucrânia.
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No ano passado, o indicador ficou 7,9% menor que o nível pré-pandemia. A produtividade do trabalho na indústria de transformação é a razão entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção.
A gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha, avalia que: “No período, as horas trabalhadas cresceram, enquanto a produção ficou praticamente estagnada, resultando na queda”.
Ela ressalta “A expectativa de recuperação da economia, apesar das dificuldades, faz com que as empresas decidam por não dispensar seus trabalhadores ou até mesmo contratar mais, mesmo que isso não resulte em aumento da produção no curto prazo”
Produtividade do trabalho efetiva
A produtividade do Brasil caiu 9% entre 2019 e 2021. Isso porque, o indicador ainda compara a produtividade brasileira com a média dos seus dez principais parceiros comerciais – Reino Unido, Coreia do Sul, Argentina, Holanda, Estados Unidos, México, Itália, Alemanha, Japão e França.
O relatório reverteu a trajetória de crescimento observada entre 2011 e 2019, e desde então registra quedas.
O desempenho registrado pelo Brasil foi o mais fraco, praticamente empatado com a França, com perda de 5,2% de produtividade entre 2019 e 2021.
Entre os 11 países analisados, só o Brasil, a França e o Japão ainda apresentam produtividade abaixo do nível pré-pandemia.
Desde o início da série (2000-2021), a produtividade efetiva acumula queda de 23%. No mesmo período, a produtividade da indústria de transformação brasileira cresceu 9,2%, à frente apenas do crescimento da indústria manufatureira japonesa (4,8%).
Assim, todos os 11 países analisados registraram alta no mesmo período. Os maiores aumentos foram observados na Coreia do Sul e no Reino Unido. Os países conseguiram mais do que dobrar a produtividade de seus trabalhadores, com alta de 132,2% e 127%, respectivamente.
Segundo Cunha, esse indicador mostra que mesmo quando a produtividade do Brasil cresce, o país pode perder competitividade frente aos parceiros que apresentam um desempenho melhor que o dele.
Para ela, em análise, a produtividade do Brasil caiu 23% desde 2000 em relação aos 10 concorrentes. “As dificuldades do contexto global afetaram todos os países, mas foram mais sentidas pelo Brasil, que teve o pior desempenho”.
Cunha ainda finaliza: “Superadas as dificuldades conjunturais, a recuperação da produtividade passa pela criação das condições para a retomada dos investimentos”.
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