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[Plástico pós-pandemia] Segurança, Saúde e Solidariedade são peças-chaves para a nova realidade

Laercio Gonçalves, presidente da Adirplast, enxerga momento como nova chance de pensar relações e aprimorar setor

Dando sequência a série de entrevistas com presidentes de associações e sindicatos do mercado plástico, trazemos hoje um bate-papo com Laercio Gonçalves, CEO da Activas e presidente da ADIRPLAST (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins) para falar como o mercado de resinas está enfrentando esse período.

Para o presidente, o ano será de recuo de 12% no setor, com retomada em 2021 que pode chegar a 20%. “Em geral tentamos nos adaptar em investimentos e tecnologia, sem comprometer o atendimento ao cliente”, contou o presidente.

Confira a entrevista na íntegra:

Plástico Virtual – Como o setor se adaptou à nova realidade? Especialmente no viés econômico. Houve retração considerável? Como lidam com os números?

Laercio Gonçalves – Assim como os outros setores, nos adaptamos ao protocolo da OMS (Organização Mundial da Saúde), com uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento social, trabalho em home office das equipes administrativas e comercial. Na logística e entregas reforçamos a higienização e aplicação de segurança dos colaboradores, além do afastamento daqueles que fazem parte do grupo de risco.

Houve um recuo significativo de aproximadamente 40% no faturamento de segmentos que atendem embalagens, higiene e limpeza, por exemplo. Em outros, esse número chegou a 50%, como é o caso do setor automobilístico. Em geral tentamos nos adaptar em investimentos e tecnologia, sem comprometer o atendimento ao cliente.

PV – Em relação a vagas de trabalho, como estão lidando com as perdas? Existe alguma iniciativa governamental para ajudar nesse quesito?

LG – A associação pede para que não tenha demissões, obviamente que, com alguma demanda fraca teve demissões nos colaboradores que atuavam dentro do regime de terceirização.

Nos transformadores houve grande queda, alguns estavam desesperados e já estavam tomando decisões e realizando demissões logo em março, por isso foi importante a conversa, para proteger todos os postos de trabalho.

A redução e suspensão de jornada através da MP do Governo Federal, foi importante e preciso para as indústrias terem um tempo de retomada na economia.

PV – O que espera do próximo ano?

LG – Pro ano que vem, a retomada vai ser no nível do ano de 2019, pelas características de uma maior nacionalização dos produtos e uma retomada progressiva da economia, uma vez que o consumo ficou retraído em muitos setores.

Hoje temos mais de 11 mil transformadores, e muitos infelizmente não tiveram acesso a financiamentos pelos bancos, e acredito que vai ser um pouco mais difícil a retomada dos pequenos empresários.

Acredito que para 2021 teremos um nível de 2019, no primeiro semestre estávamos indo muito bem, com crescimento de 17%, 18%, esse ano, infelizmente, houve uma queda de 12% a 15%.

PV – Como lidam com a nova realidade? Existe alguma ação que queira destacar?

LG – Somos e temos que ser otimistas quanto ao trabalho, mercado e com as pessoas. Como sempre digo a nova realidade tem como principal ponto os “3Ss”: Segurança, Saúde e Solidariedade. Esses são os novos pontos para nos recuperarmos bem, aos poucos e com responsabilidade.  

O plástico está sendo essencial no enfrentamento do COVID-19, com embalagens de alimentos flexíveis e descartáveis, nos produtos farmacêuticos, médio hospitalar entre outros segmentos a participação deve aumentar. Uma grande oportunidade será para educar o descarte correto, reciclagem e crescimento da economia circular.

A tecnologia, e a questão online trouxe um impacto, algumas empresas sofreram mais e foram se adequando para conseguir equipamentos. Cada uma sofreu de uma forma nesse processo.  

A facilidade de fazer reuniões online, de atender com a mesma qualidade. Todo esse período mostrou que é possível se adaptar ao trabalho remoto, dando mais liberdade ao colaborador, sendo mais flexível com horários. O lado bom disso é a modernização das estruturas, dar a escolha ao colaborador.

PV – Existe algum dado de recuperação econômica ou ao menos projeção?

LG – Nesses últimos meses estima-se uma queda de aproximadamente 40% no setor de forma geral. Nossa visão é de recuperação lenta, mas consistente e, ao final do ano, ter um recuo de 12%.

Para 2021, buscamos retomar os 12% e crescer um pouco mais, recuperar de 15% a 20%.

PV – A oscilação do dólar afeta a produção local? De que forma?

LG – As resinas são precificadas em dólar no mundo todo. Na pandemia houve mudanças nos preços, na produção e oferta dos insumos como petróleo, nafta, gás de xisto entre outros, alterando o cenário. No Brasil houve um aumento importante no dólar, mas na conta final o preço para o cliente ficou com um aumento médio de 17%.

A questão do dólar pode trazer uma cultura para dentro das próprias empresas, e pensar que nós temos capacidade de produzir tais demandas e isso é muito positivo para o mercado.

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