Plástico feito de pás eólicas, fertilizante de plástico e sustentabilidade no agro
Plástico pelo mundo: Fique por dentro das principais notícias e curiosidades do plástico pelo mundo. Equipe científica cria solução para reciclar pás eólicas em plásticos melhorados, pesquisadores japoneses criam plástico que vira fertilizando e sustentabilidade no setor agrícola.
Plástico feito de pás eólicas, fertilizante de plástico e sustentabilidade no agro
Cientistas desenvolvem técnica para transformar resíduos de turbinas eólicas em novos plásticos

Pesquisadores da Universidade do Estado de Washington criaram um novo processo sustentável que permite reciclar pás de turbinas eólicas sem utilizar químicos agressivos. Com essa técnica, eles recuperaram fibras de vidro e resinas resistentes. Assim, transformando os materiais em plásticos de alto desempenho e ampliando suas possibilidades de reutilização.
De acordo com a revista Resource, Conservation and Recycling, os pesquisadores cortaram o polímero reforçado com fibra de vidro (GFRP). Ou seja, um material leve usado nas pás de turbinas eólicas, em blocos de cerca de duas polegadas.
Em seguida, mergulharam os fragmentos em um banho de sal orgânico de baixa toxicidade, em água pressurizada e superaquecida por cerca de duas horas, promovendo a decomposição do material. Após o processo, reutilizaram os componentes recuperados para produzir plásticos mais resistentes.
Cheng Hao, antigo aluno de pós-graduação da Escola de Engenharia Mecânica e de Materiais e co-autor do primeiro artigo, afirma: “Funciona muito bem, especialmente tendo em conta as condições moderadas que aplicámos. O solvente é um solvente ecológico e a temperatura também é aceitável para este fim.”
Os recicladores enfrentam grande dificuldade para reaproveitar o GFRP. Ao contrário dos termoplásticos, como os das garrafas de leite, que eles conseguem derreter e reutilizar facilmente, os compósitos de fibra de vidro costumam ser feitos com resinas termoendurecíveis, que não se derretem.
Diante disso, Jinwen Zhang, autor correspondente e professor na Escola de Engenharia Mecânica e de Materiais, alerta: “À medida que a energia eólica cresce, a reciclagem e reutilização de resíduos de turbinas eólicas está a tornar-se cada vez mais urgente”.
O autor do estudo também conta: “Este método de reciclagem é escalável, económico e amigo do ambiente, proporcionando uma solução sustentável para a reutilização de grandes quantidades de resíduos reforçados com fibra de vidro”.
Cientistas criam plástico que se decompõe naturalmente

No Japão, pesquisadores do instituto RIKEN desenvolveram um produto que se desfaz rapidamente em contato com a água e não gera microplásticos.
Ao contrário, o material se transforma em nitrogênio e fósforo, substâncias que alimentam plantas e microrganismos, promovendo a sustentabilidade ambiental.
Após analisarem diversas moléculas, os pesquisadores descobriram que a combinação de hexametafosfato de sódio, isto é um aditivo alimentar comum. Assim, com monômeros à base de íons guanidínio, usados em fertilizantes, resulta, quando misturados em água, em um material viscoso com potencial para formar plásticos.
Quando os dois ingredientes reagem, formam “pontes de sal” entre as moléculas, o que torna o material resistente e maleável, como um plástico comum. Mas, em contato com água salgada, os eletrólitos interferem nessas ligações e fazem o material se desintegrar.
Conforme publicado pelo Olhar Digital, a equipe verificou que o material tinha a mesma resistência do plástico tradicional, além de ser transparente, incolor e não inflamável. Mas, quando mergulhado em água, dissolveu-se totalmente em cerca de 8 horas e meia.
Com isso, mesmo uma fissura mínima na superfície permite a entrada de água, o que leva à dissolução total do material. Os resultados da pesquisa foram divulgados na revista Science.
Agronegócio se destaca com uso embalagem reciclada

O agronegócio brasileiro tem se destacado não apenas pela produtividade, mas também pelo compromisso com a sustentabilidade. O Brasil também se destaca como pioneiro na fabricação de embalagens recicladas para defensivos agrícolas. Assim, consolidando-se como referência mundial em soluções sustentáveis no setor.
Ainda, a produção agrícola nacional preserva 26% do território brasileiro — o equivalente a 218 milhões de hectares. Desse modo, reforçando seu protagonismo na conservação ambiental e no uso responsável dos recursos naturais.
Nesse sentido, Marcelo Okamura, presidente da Campo Limpo, ressalta que a empresa do interior de São Paulo que já produziu mais de 100 milhões de embalagens recicladas para defensivos agrícolas, desde 2008.
Okamura, comenta: “Os resíduos de defensivos químicos, bem como suas embalagens, são nocivas ao meio ambiente quando descartadas de maneira incorreta. Por isso, o trabalho de reciclagem dessas embalagens é tão importante. Além disso, reciclar evita a extração de novos recursos naturais e a degradação do meio ambiente”.
Luiz Carlos Pizato, coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia da Ourofino Agrociência, explica: “Adotar embalagens recicladas demonstra a seriedade e a responsabilidade ambiental perante o mercado e os consumidores. Mais do que atender às exigências regulatórias, essa escolha reflete nosso compromisso com práticas sustentáveis, agregando valor à nossa marca e fortalecendo nossa reputação junto a clientes, parceiros e à sociedade”.
Segundo ele, o Brasil se diferencia por ter sido um dos primeiros a implementar a reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas. O que reforça sua liderança em práticas sustentáveis no setor.
No Brasil, desde 2002, mais de 800 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas foram corretamente descartadas, impedindo que cerca de 900 mil toneladas de gases de efeito estufa fossem lançadas na atmosfera.
A lei obriga o produtor rural a devolver as embalagens vazias a um centro do Sistema Campo Limpo, que as encaminha para reciclagem. O processo garante que esse material volte ao mercado em forma de novas embalagens
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