Plástico de celulose, larva que decompõe plástico e caminhões com PET reciclado
Plástico pelo mundo: Fique por dentro das principais notícias e curiosidades do plástico pelo mundo. Um novo plástico híbrido sustentável e ultrarresistente. Cientistas do Quênia descobrem larva capaz de digerir poliestireno. Scania amplia uso de plástico reciclado de garrafas PET
Plástico de celulose, larva que decompõe plástico e caminhões com PET reciclado
Pesquisadores criam plástico híbrido sustentável com propriedades ultrarresistentes
Pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) anunciaram o desenvolvimento de um tipo de plástico sustentável e ultrarresistente. Combinando CNCs (Nanocristais de Celulose) e plástico sintético, o novo material proveniente de plantas promete propriedades mecânicas superiores.
Em relação a sua fabricação, os cientistas explicam a possibilidade de moldar ou imprimi-lo em 3D. Desse modo, o material, além de sustentável, também se apresenta como uma alternativa mais resistente que alguns tipos de osso e mais duro que o alumínio típico, apontam.
Esta inovação tem início com a celulose, o polímero mais comum na natureza, encontrado em cada célula de madeira. Os CNCs contidos nessa estrutura formam cadeias cristalinas, responsáveis por conferir força e rigidez à madeira.
Assim, a equipe do MIT encontrou uma forma de maximizar as propriedades mecânicas da celulose. Pois elas já são amplamente utilizadas na fabricação de papel e em setores como o alimentício e têxtil.
Para lidar com a questão, A. John Hart, professor do MIT, afirmou que a equipe desenvolveu um material híbrido que aumenta a concentração de CNCs em até 90%. Essa estratégia permitiu superar os desafios anteriores. Um dos exemplos foi a propensão dos CNCs a se aglomerarem e a se ligarem de maneira pouco eficiente a outros polímeros.
Nesse sentido, Hart explica: “Ao criar compósitos com CNCs de alta carga, podemos dar aos materiais à base de polímeros propriedades mecânicas que eles nunca tiveram antes”.
Para produzir o novo material, os pesquisadores misturaram os CNCs com um oligômero epóxi e um fotoiniciador, criando um gel maleável. Esse gel pode ser utilizado em impressoras 3D ou descartado em moldes, possibilitando a produção de peças complexas e de alta resistência.
Cientistas descobrem larva capaz de degradar plástico
Cientistas quenianos, em um estudo recente, descobriram que a larva do inseto Tenebrio molitor, conhecida como “larva-da-farinha”, tem potencial para a destruição de resíduos plásticos, especialmente do poliestireno, popularmente conhecido como isopor.
As empresas utilizam o poliestireno em muitas embalagens alimentícias, eletrônicas e industriais graças à sua durabilidade e leveza. Contudo, sua resistência dificulta o processo de decomposição.
Nesse sentido, os cientistas realizaram um experimento que mostra as larvas se alimentando exclusivamente com poliestireno. Assim, mostrando-se capazes de digerir o material de forma eficaz. Além disso, o estudo revelou que as bactérias intestinais das larvas têm um papel fundamental no processo.
Durante o processo, as larvas ingerem o plástico, depois as bactérias Proteobacteria e Firmicutes, presentes no intestino, conseguem decompor o poliestireno em componentes mais simples.
A descoberta indica que as bactérias intestinais das larvas podem ter se adaptado para digerir plástico, especializando-se na quebra de substâncias complexas como o poliestireno.
Segundo a pesquisadora principal, professora da Universidade do Quênia, as bactérias das larvas podem ser isoladas. Em seguida, aplicadas no desenvolvimento de métodos biológicos para a degradação de plástico em grandes proporções.
Scania adota plástico reciclado em grades frontais
A Scania, referência global em transporte sustentável, revelou que passou a usar plástico reciclado de garrafas PET na produção da grade frontal de seus caminhões em São Bernardo do Campo (SP). Com isso, a empresa estima eliminar 1,5 milhão de garrafas do meio ambiente por ano, em uma ação pioneira de circularidade no setor.
Para Patrícia Acioli, que coordena as ações de Sustentabilidade na Scania, essa alteração marca mais um passo importante na jornada da empresa em direção à sustentabilidade. Nesse sentido, ela ressalta: “Estamos desafiando nosso setor e nossas equipes a pensar de forma inovadora e sustentável.”
Sendo assim, incorporar plástico reciclado ajudará na fabricação de cerca de 30 mil veículos por ano. Desse modo, reforçando o empenho da empresa em diminuir as emissões. Desde 2022, o novo processo substitui o PET virgem por PET reciclado na fabricação das grades frontais dos caminhões, popularmente chamadas de “T-bone” no setor.
As peças incorporam cinco quilos de plástico, dos quais 20% provêm de PET reciclado. Segundo João Krasauskas, especialista de Qualidade da Scania, cada quilo desse material reciclado equivale ao reaproveitamento de 50 garrafas, prevenindo o descarte irregular.
Quanto às demais contribuições da inclusão de PET reciclado, destaca-se a redução das emissões de CO₂, por quilo de material produzido. Assim, economizando 16% de energia e evitando 62 toneladas anuais de CO₂.
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