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[Mulheres do Plástico]: Condições e políticas adequadas dentro do mercado

Ter mulheres em cargos de liderança traz o incentivo para outras buscarem destaque, é o que acredita a executiva da Milliken

Com mais uma história do projeto Mulheres do Plástico trouxemos a voz de Cristina Neri, vice-presidente da América Latina para Divisão Química, há 23 anos atuando no mercado.

Neri é formada em química pela USP (Universidade de São Paulo), com pós-graduação em marketing e administração pela FGV (Fundação Getulio Vargas). “Tenho 44 anos e iniciei minha carreira em 1997 quando fui trabalhar na Oxiteno, depois passei por empresas como a Clariant, BASF. Estou há 3 anos e meio na Milliken e sou vice-presidente da América Latina para Divisão Química”, conta.

A vice-presidente relembra que atuou em diversas posições nas áreas de vendas e marketing, e nos últimos 10 atuou voltada para a área de liderança estratégica, mudanças estratégicas e retomadas de negócios. “Na Milliken praticamente metade do meu tempo é voltado para o plástico, embora também seja responsável pela área de corantes e especialidade”, afirma.

Na indústria química, dependendo da área de atuação e da posição, existe um balanço muito diferente entre homens e mulheres. “Em posições que são mais operacionais, que não são posições de liderança, você encontra uma participação forte de mulheres, porém, conforme você vai subindo na posição, você encontra um desequilíbrio forte entre os gêneros”, destaca Neri.

Desde 2007, quando passei a ter posições gerenciais, sempre vivenciei uma série de dificuldades. “Muitas vezes quando estávamos em reuniões e dava a minha opinião, não era tomada como importante, e logo após, um homem sugere algo parecido e todos aplaudem, e muitas vezes era interrompida em minha fala”, ressalta.

Mulheres são a maioria da população e ocupam poucos cargos de liderança

As principais barreiras para a entradas das mulheres dentro do mercado de trabalho envolve o cenário político, social e econômico do país. “Questões como educação, diminuição da desigualdade, políticas adequadas nas empresas são coisas que faltam para promover e abrir espaços para as mulheres”, salienta Neri.

As mulheres são a maioria da população, estudam mais e por mais tempo e mesmo assim não possuem as mesmas oportunidades que os homens. “Toda essa questão vem de uma sociedade paternalista e machista em que vivemos, onde historicamente a mulher é vista como frágil, e que não possui incentivos para estudar ou se desenvolver em profissões consideradas ‘masculinas’, e ainda as empresas consideram um fardo a maternidade. Porém, a questão da maternidade favorece uma série de outras habilidades e percepções para a mulher se desenvolver como profissional. “A capacidade profissional não interfere no quesito de ser mãe”, destaca.

A vice-presidente afirma que para o Brasil alcançar a igualdade de gênero ainda falta muito, até mesmo na América Latina, na teoria faltam 60 anos para atingir essa equidade. “Existe muita coisa para ser feita. Mesmo a Islândia, Finlândia e Dinamarca que possuem condições melhores. Podemos ver que as mulheres não estão em posições de lideranças apenas nas empresas, mas na política, assim podem olhar para as leis de maneira geral e assim incentivar as mulheres em mais cargos de liderança, mas, mesmo assim ainda existe uma diferença salarial”.

Neri finaliza que é preciso fazer condições e políticas adequadas que favoreça a condição da mulher, até mesmo em licença maternidade, para que ela continue exercendo a sua função. “Casos de sucesso, são aqueles países mais desenvolvidos em que existe a licença paternidade, e assim você divide as funções das crianças, que em alguns países ainda é muito direcionado apenas para a mãe. O ideal é ter mais mulheres em cargos de liderança, como modelo, pois assim, incentiva outras mulheres a estarem naquela posição também, o que precisamos é da união”.

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