A pesquisa Investimentos na Indústria da CNI constatou que apenas 68% das indústrias com 200 ou mais funcionários planejam investir em 2023. Esse número é bem inferior aos 75% que planejaram investimentos no início de 2022 e aos 82% em 2021.
Conforme explica Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, 77% das empresas que pretendem investir este ano buscam adquirir novas máquinas ou equipamentos.
Enquanto 67% das empresas de transformação, extrativa e construção planejam fazer manutenção, atualização de máquinas ou equipamentos, e 65% devem fazer manutenção, modernização ou aquisição de equipamentos.
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Ele detalha que: “A maior parte dos investimentos deste ano deve ser para a melhoria do processo produtivo, seguido da manutenção da capacidade produtiva e uma menor parcela afirma querer aumentar a capacidade da linha atual. As respostas mostram uma disposição do empresariado em se concentrar mais em melhorar a produtividade atual do que em expandir a sua capacidade de produção”.
Apesar da previsão, é possível que o cenário mude ao longo do ano, como ocorreu em 2022.
Isso porque, no início do ano passado, 75% das grandes indústrias afirmaram ter planos de investir.
Já a pesquisa atual revela que o percentual de empresas que efetivamente investiu em 2022 foi até maior (85%), mas metade delas não realizou seus planos de investimento como planejado.
Para o economista, fica claro que os empresários estavam com intenção de investir, mas as incertezas e, principalmente, a forte alta dos custos, forçaram as empresas a rever seus planos.
Azevedo destaca ainda que o alto custo do crédito, a redução da demanda das empresas e das famílias e a demora na aprovação da reforma tributária são obstáculos para investir em 2023.
Nada de financiamentos para investir
Em 2022, 71% dos investimentos foram financiados com recursos do caixa da empresa; esta estatística é semelhante a desse ano. Já que 69% das empresas afirmam que seus investimentos devem ser financiados por capital próprio.
Além disso, foi notado nesta edição, que a empresa pretende buscar fontes estrangeiras ao investimento planejado. 14% das empresas pretendem buscar fontes de financiamento externas além das opções nacionais.
Planejamentos integrados exclusivamente no Brasil
Em 2023, 91% das empresas que vão investir, os investimentos planejados são integralmente dentro do Brasil. Os outros 9% têm investimentos planejados no Brasil e no exterior.
A princípio, nenhum responsável informou que os investimentos planejados ocorrerão somente no exterior.
Nesse sentido, para as grandes indústrias nacionais, o mercado interno continua sendo o principal alvo dos investimentos.
Uma vez que, para 27% os investimentos planejados para 2023 se voltam, exclusivamente, para o mercado doméstico, enquanto para 41%, os investimentos são focados principalmente para o mercado doméstico.
Alto custo do insumo embargo em 2022
O maior obstáculo ao investimento, apontado pelas empresas, foram as incertezas do contexto da economia brasileira.
Essa opção é assinalada por 85% das empresas cujos planos de investimento foram realizados total ou parcialmente em 2022.
Para 43% das empresas, as incertezas da economia brasileira foram um grande obstáculo, enquanto para 42% das empresas foi um pequeno obstáculo.
Ainda mais, o aumento dos custos dos insumos também foi uma barreira importante, que atingiu 83% dos respondentes.
Para 49% dos respondentes, o aumento dos custos dos insumos, comprimindo recursos disponíveis para investir, representou um grande obstáculo ao investimento. Já para 34% dos empresários essa questão foi um pequeno obstáculo.
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