Fungos degradam plástico nos oceanos, PepsiCo e Eureciclo apoiam reciclagem de embalagens longa-vida e Shein investe em reciclagem
Plástico pelo mundo: Fique por dentro das principais notícias e curiosidades do plástico pelo mundo. Pesquisadores do Havaí descobrem fungo marinho que digere plásticos. Parceria inédita entre PepsiCo e Eureciclo visa melhorar a reciclagem das embalagens UHT e Shein aposta em novo processo de reciclagem para transformar o poliéster da marca até 2030
Fungos degradam plástico nos oceanos, PepsiCo e Eureciclo apoiam reciclagem de embalagens longa-vida e Shein investe em reciclagem
Cientistas descobrem fungo marinho capaz de degradar plásticos dos oceanos

Pesquisadores da Universidade do Havaí descobriram uma possível solução para esse desafio ambiental. Eles encontraram uma espécie de fungo marinho que tem o poder de degradar plásticos.
Bactérias e fungos que crescem em terra já estão sendo investigados como aliados no combate aos resíduos plásticos em locais impróprios. Contudo, é a primeira vez que fungos marinhos são analisados, em grande parte devido ao fato de que menos de 1% das espécies são conhecidas pela ciência.
A inspiração para a ideia veio de um estudo que analisou amostras de fungos, algas marinhas, corais e esponjas na costa do Havaí. Nesse sentido, os pesquisadores indicam que esses fungos possuem a habilidade de decompor materiais como madeira e quitina.
A equipe, então, testou essa habilidade, utilizando pequenas placas de poliuretano, um plástico comum em produtos médicos e industriais. Eles descobriram que mais de 60% dos fungos foram capazes de digerir o material.
Os cientistas agora buscam entender mais profundamente como esse processo ocorre e planejam testar outras espécies. Em um futuro próximo, essas espécies podem ser usadas para promover uma limpeza abrangente das praias e dos oceanos repletos de plástico.
PepsiCo e Euerciclo se unem para transformar a reciclagem das embalagens longa-vida

Em uma parceria inédita, a PepsiCo, especializada em alimentos e bebidas, uniu-se à Eureciclo, organização dedicada à reciclagem de resíduos, com o objetivo de estruturar a coleta, separação e retorno das embalagens longa-vida (UHT).
A proposta visa organizar a reciclagem das embalagens e gerar um impacto socioambiental positivo ao engajar cooperativas de dez estados. Através da capacitação dos catadores, o projeto pretende valorizar as embalagens longa-vida e garantir uma compra mais atrativa das embalagens pós-consumo.
Desde meados de 2024, aproximadamente 50 cooperativas receberam treinamento para realizar a triagem das embalagens longa-vida. Além disso, a separação das camadas de papel, alumínio e plástico.
Nesse sentido, Tania Sassioto, diretora de inovação da Eureciclo, afirma que as capacitações visam orientar os catadores sobre a relevância de separar os materiais. Bem como, as melhores maneiras de tornar esse processo mais viável.
Assim, ela explica:“Essa etapa é a diferença entre ter um material 100% reciclado e um item que vai para o lixo porque as máquinas não conseguem aproveitar”.
Segundo Priscila Papazissis, gerente de sustentabilidade corporativa da PepsiCo, em entrevista exclusiva à EXAME, a iniciativa surgiu da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ou seja, aborda o cenário macro da reciclagem, mas não inclui materiais mais difíceis de reciclar.
Sobre isso, ela conta: “Os plásticos das embalagens, por exemplo, são deixados de lado, então propusemos à eureciclo uma ação específica para esses materiais”.
A parceria assegura o rastreamento, certificação e auditoria das embalagens, garantindo que o processo de reciclagem seja realizado corretamente. Além disso, o projeto conta com o apoio de empresas como Tetra Pak e CBA, que contribuem para a separação eficaz do papel e do alumínio, tornando as embalagens longa-vida 100% recicláveis.
Shein revela novo processo de reciclagem de poliéster para reduzir resíduos na moda

Em janeiro, a Shein, líder global no setor de fast fashion, revelou em um press release seu inovador processo de reciclagem. A empresa criou uma metodologia de reciclagem de poliéster que visa diminuir a dependência de resina virgem na produção de suas peças, utilizando matérias-primas de poliéster pré e pós-consumo, como resíduos têxteis e garrafas PET.
Combinando processos mecânicos e químicos, o novo esquema de reciclagem oferece a vantagem de permitir a reciclagem repetida dos produtos. Assim, não causa impacto relevante nas propriedades do material têxtil.
Criado em parceria com a Universidade de Donghua, de Xangai (China), o processo busca otimizar a relação custo-benefício para a Shein. Nesse sentido, quando comparado às alternativas de poliéster reciclado já utilizadas pela marca, segundo o comunicado.
Conforme declarado pelo porta-voz da Shein, o poliéster virgem representa a maior parte das fibras utilizadas na produção da marca, enquanto apenas 7,9% são de poliéster reciclado.
Com isso, a empresa acredita que seu novo processo surge como uma solução para outras marcas e que a redução de resíduos na moda deve ser uma prioridade para toda a indústria.
Através dessa nova metodologia, a empresa tem como objetivo transformar 31% do poliéster empregado em seus produtos da Shein em poliéster reciclado até 2030. Além disso, a empresa pontua que pretende iniciar a produção em larga escala da resina reciclada em junho, com uma meta de produção anual de 3.000 toneladas.
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