Economia circular avança nas indústrias brasileiras
O Brasil está avançando na adoção da economia circular, com cada vez mais empresas migrando do modelo linear para práticas que priorizam a reutilização de recursos e a eficiência. Uma pesquisa de 2024 da CNI e Fiesp revelou que 85% das indústrias brasileiras já adotam essas práticas
Economia circular avança nas indústrias brasileiras
Cada vez mais, as empresas estão migrando do modelo linear de consumo e descarte para uma abordagem que prioriza o reaproveitamento de recursos e a eficiência. Em outubro, uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostrou que 85% das indústrias brasileiras já aplicam práticas de economia circular, um aumento em relação a 2019, quando o índice era de 76,4%.
Assim, para 68% dos empresários, essas práticas ajudam a diminuir as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) e contribuem para o combate às mudanças climáticas. A pesquisa, feita entre maio e julho de 2024, contou com a participação de 253 indústrias.
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Ainda nesse sentido, a circularidade avança no setor de startups. Segundo o Circular Startup Index da Fundação Ellen MacArthur, o número de empresas brasileiras passou de 17 para 43 em um ano, e a América Latina soma 85 iniciativas.
Em relação a esse cenário, Luísa Santiago, diretora da fundação na América Latina, comenta: “Observa-se uma forte presença de projetos voltados ao ciclo biológico, com ênfase em produtos biodiversos e práticas de ‘upcycling’,”.
Transição brasileira para a economia circular
No Brasil, novas regulamentações estão acelerando a transição para a economia circular. O Decreto nº 12.082/2024 estabeleceu a Enec (Estratégia Nacional de Economia Circular). Enquanto a Portaria 309, de setembro, criou o Fórum Nacional de Economia Circular, encarregado de desenvolver um plano nacional para orientar essa mudança.
Sob a presidência do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), o fórum contará com 36 representações de ministérios, agências, setor empresarial, sindicatos e sociedade civil. A primeira reunião está prevista para ocorrer até o fim do ano.
Para Lucas Ramalho Maciel, diretor de novas economias do Mdic, a transição para a economia circular exige o envolvimento das empresas. Nesse sentido, ele ressalta: “A circularidade só funcionará com a adesão do setor produtivo”.
Enquanto a Enec busca acelerar a agenda circular pelo governo federal. Sobretudo, com o Projeto de Lei nº 1.874/2022, que propõe a criação da Pnec (Política Nacional de Economia Circular). O projeto em questão está sendo analisado pela Câmara dos Deputados.
Embora tenha sido aprovado pelo Senado em março, o projeto aguarda a criação de uma comissão temporária para prosseguir. Mesmo com dois pedidos de urgência, ainda não há data para votação.
Sendo assim, para o Brasil, a economia circular tornou-se essencial, especialmente diante da elevação dos preços das commodities. No passado, o crescimento do PIB resultava em uma queda nos preços das commodities. Mas, atualmente, segundo o Circular Advantage da Accenture, esses preços crescem em média 1,9% para cada 1% de aumento do PIB.
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