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Doutorando da USP reutiliza resíduo plástico para mobiliário escolar

Pesquisas feitas dentro da universidade apontam que material reciclado apresenta alta resistência técnica

A partir dos resíduos gerados por uma indústria de calçados, pesquisadores do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP, em São Carlos, desenvolveram uma técnica capaz de reciclar o plástico não reutilizável e reutilizá-lo na produção de mobiliário escolar.

O início do processo de transformação do material plástico, no caso o polímero termofixo, começou em 2012, e a escolha se deu por conta do desafio em reciclar o material. “A indústria que gera esse resíduo, tem uma certa dificuldade em destinar esse material, especialmente pelo volume e característica”, comentou Victor José dos Santos Baldan, aluno de doutorado do IAU, em entrevista ao programa “Novos Cientistas”, da Rádio USP.

De acordo com o estudante, o material também tem como característica ser isolante térmico. “Ele possui excelente resistência mecânica e é antichamas”, contou aos Novos Cientistas. Além de utilização na fabricação de mobiliário escolar, o material poderá ser aplicado na construção civil, em forros e paredes.

O plástico reciclado foi desenvolvido no Laboratório de Construção Civil (LCC) do IAU, em pesquisa coordenada pelo professor Javier Mazariegos Pablos. No que se refere ao comportamento frente à temperatura, existem dois tipos de plásticos (polímeros): os termoplásticos que, ao serem aquecidos, tornam-se maleáveis e, portanto, podem ser reutilizados, e os polímeros termofixos que, mesmo aquecidos, não são maleáveis e, portanto, não reutilizáveis.

Segundo Baldan, a matéria-prima vem de uma indústria calçadista de Novo Hamburgo (Rio Grande do Sul), que utiliza polímeros termofixos para a produção de saltos de sapatos, rodas de skate, entre outras coisas. E é justamente com as sobras desses materiais que os pesquisadores trabalham. “O resíduo utilizado no estudo e na produção dos mobiliários deriva-se da pós-produção do calçado, e por conta da sua difícil degradação, ele se torna ideal para a produção dos mobiliários”.

A viabilidade técnica e financeira está em estudo para garantir que ele passe a ser aplicado em alguns setores, se tornando mais barato e de fácil produção para ir para o mercado. O primeiro setor foi o de construção civil, mas por conta de suas características, se tornou viável para a produção de carteiras, cadeiras e outros mobiliários escolares. “Até setembro terei o patenteamento em mãos e pensaremos na disponibilidade de inclui-lo no mercado em grande escala”, concluiu.

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