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Afroempreendedorismo: como incentivar?

Movimento voluntário realiza rodada de negócios entre empresários incentivando a diversidade de etnias valorizando a competência e a qualidade de serviço

O MAP (Movimento de Afroempreendedores e Parceiros) é uma rede de contatos de empresários negros em que são promovidas rodadas de negócios para fomentar e incentivar a expansão do mercado para o negro.

Washington Grimas, um dos criadores do movimento, conta que a iniciativa surgiu da necessidade de encontrar representatividade para o empreendedor de TI, professor universitário, palestrante, secretário geral do CEABRA-SP e Co coordenador do MAP (Movimento Afroempreendedores e Parceiros) – Especialista Gestão de Diversidade e Inclusão performática e Arquiteto de soluções em negócios e TI.

Hoje, o que o MAP entende como parceiros, são empresas e empresários que valorizam e praticam a diversidade em sua cadeira de fornecedores. O contexto geral do movimento, é reunir essas pessoas e fazer rodada de negócios entre os membros do MAP, para assim, quando se encontra possibilidade, os parceiros, que são empresas de grande e médio porte, consigam comprar de fornecedores pequenos.

A ideia desse movimento voluntário surgiu há 1 ano e 7 meses. Os coordenadores, Marcelo Arruda, Caio Porto e Washington Grimas, fazem rodadas de negócios com empresários. E devido à falta de alguns grupos de diversidade, foi que surgiu a ideia de convidar esses empresários negros, afrodescendentes, LGBT, e criar algo com esse foco. “Porque muitas vezes a pessoa entende que aquele não é o lugar dele”, disse Grimas.

Esse movimento acontece em São Paulo – SP, com estudos para ser ampliado para outras cidades. “Seria fantástico levar um evento, uma palestra, uma apresentação, ou uma rodada de negócios para sindicatos, associações e empresários, empresa em outras cidades, para o pessoal conhecer e saber o que nós estamos fazendo. Também tem muita empresa que gostaria, e que quer fazer atividades voltadas para inclusão e diversidade, porém não sabe como. Quando falamos de diversidade, dá para ir mais além, dá para diversificar a sua cadeia de suprimentos,” completa Grimas.

Ainda é muito comum uma microempresa não conseguir fornecer para uma empresa grande, uma multinacional, e o MAP chega com a seguinte solução: “Será que o empresário da grande multinacional, dentro da sua gama de fornecedores, não possui um ou dois fornecedores que podem fazer negócio com esse pequeno empresário? A partir desse ponto, esse fornecedor grande acaba fazendo negócio indiretamente com esse pequeno empresário, e assim conseguimos atingir toda a cadeia de suprimentos.

Segundo dados levantados pelo MAP, 56% são negros, dos 20,1 milhões de brasileiros, 51% dos proprietários de negócios, 24% PIB brasileiro em movimentação, R$1,7 trilhões, mas não controla bancos, grandes mercados ou partidos políticos. E para o dinheiro, ele não tem cor, não tem raça, e nem discriminação.

O mercado começou a rodar com o MAP, a partir de se pensar em competência sobre o produto e serviço de qualidade, sobre experiencia de mercado, onde é o lugar de todo empresário empreendedor. O MAP possui ainda uma parceria com uma empresa onde o notório dela é o meio de pagamento, e conseguiu criar um cartão de crédito pré-pago, que é um movimento voluntário e sem fins lucrativos, onde a pessoa vai pagar uma mensalidade R$9,00 do cartão, e uma parte vai para o administrador e outra parte para o movimento.

Na última pesquisa interna que o MAP realizou, conseguiu fomentar negócios de até R$500 mil, dentro dessas rodadas de negócios, nesse 1 ano e 7 meses. Como não tem mensalidade, é só participação, não é possível quantificar valores.

Grimas comenta que dentro da indústria, hoje, temos um CEO de uma empresa negro, que está dentro de uma câmara setorial de uma associação, porém ainda existe um racismo velado. Ele não é o único negro que é dono de uma indústria, mas ainda existe um racismo institucionalizado onde dificulta o acesso para o homem negro, para a mulher negra, e as vezes, é velado, a pessoa nem percebe. Claro que vai muito de competência, por exemplo, temos um nome como, Geraldo Rufino, que possui a empresa dele, mas você não o vê na CIESP, não o vê a frente de uma câmara de comércio ou de uma associação.

Existe uma diferença quando se fala entre contratos nacionais e internacionais para empresários, hoje, sabemos que é muito mais oportunidade do que competência, para algumas empresas, por isso a dificuldade de alguns empresários em conseguir empreender. “Quando se fala sobre contratos internacionais, essa situação, é diferente, porque para eles, independente da etnia, se você possui um produto de qualidade, se você possui competência, vai estar à frente e fechar o contrato”, completa.

O empreendedor negro ainda sofre muita dificuldade em empreender e ter sucesso, por isso existe a necessidade de movimentos e iniciativas de afro empreendedorismo para facilitar e fomentar oportunidades de negócio. “Dentro da indústria, o ideal seriam as empresas olharem com o foco na competência. Com o público negro, o racismo é onde emprega mais, porém dar oportunidade para fornecedores com mais diversidade, independente se é negro, indígena, público LGBT público PCD, e começar a se surpreender com a qualidade e excelência do produto”, diz Grimas.

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